domingo, 22 de abril de 2007

Vou viver para o campo...

Estou farto da cidade!
Estou cansado do trânsito, das pessoas que se atropelam a troco de nada… muros de cimento armado que condicionam a minha visão, rostos que não me dizem nada. Sinto-me oprimido e por mais que me digam que o progresso é sinónimo de vida melhor, sinto-me viver cada vez pior. Quero acordar com o céu limpo e um sol de ouro, ouvir os pássaros pela manhã fresca e olhar o mar de verde dos campos. Quero ver as nuvens brancas e não amareladas pela poluição da cidade. Quero dizer bom dia e boa tarde a toda a gente, cumprimentar e ser cumprimentado. Quero conhecer todos os rostos e mesmo que seja por mexericos quero que falem de mim. Sinto o cansaço de ser mais um rosto numa multidão anónima que busca a felicidade mas dificilmente a alcança.



Olhamos muitas vezes para trás em busca de referências ou para fazer uma síntese do que fizemos e do que somos. Olhamos para trás em busca daquele eu que sabemos existir mas que está cada vez mais condicionado pela sociedade em que vivemos. No fundo o olhar para trás pode ser o primeiro passo em frente das nossas vidas.
Sinto-me perder tempo aqui no lugar onde vivo. Cascais mudou muito nestes anos em que estive ausente. Agora tudo fica mais longe pois para tratar seja do que for temos, inevitavelmente que ir de carro. Estacionamentos só a muito custo se conseguem, filas de trânsito são o pão-nosso de cada dia, vive-se melhor em Lisboa do que aqui. Aliás, temos que ter em consideração de que se trata de uma vila turística e nos fins-de-semana ainda levamos com os tristes do passeio de carro familiar que comporta a marginal, Boca do Inferno, Guincho e Sinta. Não adianta falar que tal passeio gera filas intermináveis de trânsito e que no final se fica mais exausto do que ficar plantado num qualquer jardim lisboeta como o Jardim Botânico na Ajuda. Mas qual quê, Cascais e Guincho é que são coisa fina e vamos lá cambada!
Já não há pachorra para aturar chefes idiotas que vivem em função do status e cuja cultura cabe numa casca de noz. Gente que vive o consumismo imediato e que faz alarde disso como se o poder de compra fosse bacharelato de estatuto social, de nível de educação ou cultura. São uns tristes e frustrados idiotas que procuram com os cartões de crédito cobrir os seus complexos de inferioridade.
Estou farto!!!
Decidi-me, vou viver para o campo. Ali próximo das Caldas da Rainha existe uma aldeia chamada S. Gregório que é um maravilhoso recanto do mundo. É ali que penso edificar a minha casa e viver o resto dos meus dias longe da confusão. Já escolhi até a casa e vi alguns terrenos que ficam a um preço incrivelmente baixo. Parece mentira que a alguns quilómetros de Lisboa se possa ter uma qualidade de vida a todos os níveis, coisa que para os citadinos parece uma miragem.
Apesar de aquele lugar ser um paraíso não vou recomendar que vão para lá pois se fossem, S. Gregório deixaria de ser o meu paraíso para ficar sobrelotado e eu teria que procurar outro lugar para viver…rsssss

2 comentários:

Anónimo disse...

eu não sei para onde vou morar, mas sei que o campo vive dentro de mim!
beijinho

Afgane disse...

Deixa lá Kuskinha eu arranjo-te lá um buraquinho nem que seja junto com os canitos...rsssss
beijos