domingo, 22 de abril de 2007

Os filhos, o pai e alguém muito especial

Andava já há algum tempo para escrever um post sobre os meus filhos. Não queria de modo algum que parecesse um daqueles retratos de família ultrapassados, nem queria uma coisa lamechas. O meu objectivo é homenagear os filhos que tenho e que não obstante os defeitos (que são muitos…rsss) acho-os maravilhosos (pai babado…rssss).








O sonho dos meus filhos começou há muitos anos era eu apenas um garoto. Tudo o que eu queria da vida era construir uma casa e plantar uma árvore (leia-se ter um filho). Na verdade o meu desejo era ter dois filhos, um rapaz em primeiro lugar e uma menina depois. A ideia era praticar a paternidade com o rapaz pois a sua educação é mais solta (pensava eu…rssss) e depois já com prática ter então a menina que requer mais cuidados, mais atenção. Pois Deus fez-me a vontade, primeiro veio o Remi (24 anos) e depois a Susana (14 anos).

A casa também a construí, infelizmente por pouco tempo pois a vida tem destas coisas. Por inexperiência e imaturidade não cuidei tanto do Remi quanto devia, situações como mudar as fraldas e dar-lhe banho passaram-me ao lado e eu é que perdi pois essas pequenas tarefas geram laços inquebráveis entre nós e os nossos filhos, mas fora isso procurei estar o mais próximo dele possível, mesmo sem muita paciência por vezes. O Remi sempre foi uma criança calma, meigo e muito senhor do seu nariz, talvez por ser do signo Peixes, muito embora seja retorcido pelo lado do ascendente que é Gémeos. Ele nasceu a 14 de Março quatro dias antes do meu aniversário. Desde muito cedo que tem uma paixão pelos bombeiros e hoje está integrado numa corporação.
Há dois episódios da infância dele de que me recordo em particular: em bebé ele adorava ouvir música (ainda hoje adora) e corria para um velho gira-discos que eu tinha gritando “Muca! Muca!” ora esse aparelho estava num móvel que ficava bem acima da cabeça dele, na ânsia de ligar o aparelho ele puxava o botão com tanta força que este passava-lhe sobre a cabeça e caía com enorme estrondo no chão. Felizmente nunca o apanhou e esse aparelho, mesmo desconjuntado, durou imensos anos. A segunda história prende-se com a questão adormecer o menino. Na verdade eu ia para a cama com ele para fazer a tradicional sesta que as crianças detestam…rssss mas eu fazia questão. Depois de deitados, eu quase sempre adormecia e ele ao ver-me a dormir saltava por cima de mim e ia ter com a avó à sala “…já adormeceste o pai meu netinho?...rssss” as avós são umas pestes.

Quando a Susana nasceu a minha idade e maturidade eram bem diferentes e senti que com ela teria uma segunda oportunidade. Desta vez iria fazer tudo o que não tinha feito com o Remi. A Susana nasceu a 5 de Setembro e é uma Virgem com ascendente Peixes. Cuidar dela foi uma das partes mais gratificantes da minha vida. É curioso como tratarmos de um bebé pode ser uma experiência maravilhosa e que recomendo vivamente. Isto não obstante os sobressaltos constantes devido há imensa energia destes pequeruchos. A Susana sempre foi uma criança muito viva, os seus olhitos captavam tudo e via-se nela uma curiosidade insaciável. É a minha patareca. Tem um humor fantástico e um génio terrível. Imaginem que um dia estava o irmão brincando com uns bonecos no chão da sala. A Susana foi por trás dele, pé ante pé, de mãozitas atrás das costas e num ápice deu uma palmada na bonecada toda e saiu correndo na minha direcção gritando “Ó pai o Remi quer-me bater!”. Eu por acaso estava numa posição que me permitiu ver toda a cena e claro, amante da justiça e da disciplina como sempre fui tive que a castigar, nunca bati nos meus filhos. Ordenei-lhe imediatamente que pedisse desculpa ao irmão enquanto eu ia pensando na forma de castigo. Claro que ela pedir desculpa é que nunca, sempre teve um génio muito forte é enxertada em corno de cabra…rsssss. Posto isso castiguei-a obrigando-a a ficar sentada num sofá sem sair dali até que pedisse desculpa ao irmão. Ela sentou-se e pediu-me se podia ficar com uns cubos para brincar no que eu anuí dizendo-lhe que se os cubos caíssem ela não se podia levantar para os apanhar nem ninguém os apanharia para ela. Ela só se levantaria se pedisse desculpa ao irmão. O tempo foi passando e como é óbvio os cubos caíram. Ela bem tentou arranjar maneira de se levantar ou que alguém os apanhasse mas eu mantive-me irredutível na minha decisão. Meia hora mais tarde ela já dava sinais de impaciência e ai disse-me: “Se eu pedir desculpa posso sair?” eu disse-lhe que sim. Ela num fio de voz quase inaudível murmurou um desculpa forçado… disse-lhe que não tinha ouvido nada. Nova tentativa, muito baixinho, eu continuei a dizer que não ouvia nada, ao fim de mais tentativas saiu um DESCULPA de raiva e frustração por ter sido obrigada a dizê-lo…rssss a minha patareca é mesmo assim…rssss. Ela era muito engraçada, tal como o irmão nunca mexeu em coisa alguma minha que não estivesse autorizada, mas arranjava meios curiosos de tentar. Ambos os meus filhos foram avisados que nas minhas guitarras não mexiam e sempre cumpriram, mas a Susana chega em frente delas e apontado com o dedito virava-se para mim e dizia: “Pai, nas bitarras não se mexe pois não!?”…rssssss.
Em 1994 a São entrou na minha vida e auxiliou-me muito no aspecto de ser um melhor pai. Foi graças a ela que me apercebi de inúmeras lacunas que procurei preencher. A São tem um enorme jeito com crianças e uma grande sensibilidade, é uma Virgem com ascendente Peixes de 1 de Setembro, isto para além de não descurar qualquer aspecto educativo e ter a capacidade de apresentar firmeza quando tinha ser mas também incentivar e apoiar nos momentos em que tal acção era requerida. Através da São cresci como pai e até como ser humano. A São é uma daquelas pessoas que tem a capacidade de ver para além das coisas e de descobrir aquilo que mais ninguém descobre, quase sempre coisas muito originais. O engraçado é que ela é uma dessas pessoas low profile que entra numa sala passa por toda a gente de forma discreta mas deixa uma impressão tão forte que todos reparam nela e jamais a esquecem. Não ficaria em paz com a minha consciência se a não incluísse neste post, muito embora reconheça que por tudo o quanto ela fez e faz por mim ela merecia muito mais do um post, um blog inteiro e além de tudo o mais é a mãe dos meus cães…rsssss
Como nota final quero deixar um episódio que aconteceu quando o Remi tinha cerca de seis ou sete anos. Falávamos várias vezes sobre o futuro e eu procurei sempre ensinar aos meus filhos que A Vida Tem Consequências Que Resultam das Nossas Acções e Somos Afectados Por Elas, se agirmos bem as consequências serão boas, mas se agirmos errado estas serão menos boas. O Remi queria ser veterinário, sempre teve um grande gosto por animais em especial os cavalos, um dia perguntou-me o que é que eu queria que ele fosse quando crescesse… pensei calmamente ante de responder. Disse-lhe o mesmo que continuo a dizer a ambos os meus filhos: Quero Que Sejam Felizes!! Eu gostarei sempre deles sejam o que forem, são meus filhos.

5 comentários:

Anónimo disse...

olá pai babado,como sabes eu nunca tive filhos.. mas isso não impede que tenha sentimento maternal q.b. a prova está no teu post e também nalgumas outras experiências com crianças. fora isso tenho tido um enorme convívio com adultos-crianças, mas para esses já não há pachorra ;0)
vamos ver como vai ser com o meu afilhadinho Vicente..
beijos aos filhotes de papai!

Teresa disse...

Não tive filhos, já não vou ter.

Já tive pena, agora deixei de ter, God knows better.

Afgane disse...

Pois é Kuskinha,
Apesar de não teres filhos tens sido sempre uma boa mãe para muitos dos filhos dos outros, pequenos e grandes. És uma excelente mãe para os nossos canitos e sê-lo-ás para o afilhado Vicente.
A vida quis que não tivesses filhos, opções que na altura pareceram certas quem sabe, agora não vale a pena pensar mais nisso.
Beijinhos

Afgane disse...

Querida Teresa,
Tem duas filhas gatas e fora muitos mais que ajudou a criar na sua ajuda à União Zoófila, entre outras coisas. Na altura devida fez certamente as suas opções, certas ou erradas foram as suas por isso não há que ter pena para a frente é que é o caminho.
beijos

Anónimo disse...

pois e pai eu sou assim brincalhona e mt trakinas sempre fui e os cubos lool agora o desculapa lenbro-me de dizer ainda hoje sou assim