sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Meio século de fragmentos do meu universo



Estou já a menos de um mês de atingir a bonita idade de meio século. É curioso que não me sinto com essa idade. Estou como me disse o meu amigo Sammy Hagar “um corpo de 50 com uma cabeça de 20”. Acho que a idade está no espírito, na forma como vivemos e encaramos a vida. Sofrer todos sofremos, poderia dizer que uns mais do que outros, mas quando colocamos as coisas em perspectiva, verificamos que o que nós sofremos dói muito mais do que o sofrimento dos outros, por muito pior que seja. Olhando para trás, não com nostalgia mas com satisfação, apercebo-me de que ainda não consegui atingir alguns dos meus objectivos ou realizar certos sonhos. Ainda não tenho um Lamborghini Diablo Roadster, Nem o Hummer H1 e mais umas quantas coisas fúteis mas agradáveis de ter. Mas em contrapartida tive montes de guitarras diferentes com as quais me diverti e me proporcionaram momentos únicos inolvidáveis. Recapitulando cada período da minha vida descobri que fiz milhares de amigos e vivi imensos romances ternos e genuínos. Exceptuando dois ou três casos, estou profundamente agradecido a todas as mulheres que passaram na minha vida. Aprendi muito com todas elas e independentemente do tempo que essas muitas ligações duraram, a verdade é que as amei e por elas me senti amado. Onde quer que estejam fisicamente, estão aqui guardadas no meu coração. Deus deu-me o que pedi, dois filhos. Sempre quis um rapaz e uma menina, assim aconteceu. O meu filho fará no dia 14 de Março 26 anos, continua a ser o meu menino e sempre o será. A minha filha Susana é mais um motivo de alegria, apesar de estar naquela fase complicada dos dezasseis anos, mas é a minha menina reguila. Depois vêm os meus familiares, mãe, irmãos, a minha amiga e cúmplice Kuska e os meus dois cães, os meus meninos, neste momento só o Ikbal está presente fisicamente, mas o meu Bahari está colado à minha alma como um anjo que vela por mim. Por vezes estamos um tanto ou quanto separados pela distância, mas sempre perto. Finalmente os meus amigos, são muitos mais do que eu próprio imaginava ou pensaria ter. Uns já me acompanham há alguns anos, muitos até, outros são mais recentes, mas todos eles são iguais para mim, são os meus amigos e sinto orgulho por ter a amizade deles. Só tenho pena de nãos os poder reunir todos no jantar que vou fazer para assinalar a data, mesmo assim seremos bastantes.
Durante todos estes anos de vida fiz muitas coisas, viajei imenso, conheci celebridades, tive os meus momentos de fama e na verdade trilhei o meu próprio caminho “I did it my Way”. Quantas pessoas tiveram a oportunidade de fazerem o que queriam? E quantas o desejam fazer e aguardam que a oportunidade apareça? Pois é meus amigos só tenho que agradecer todas as oportunidades que tive e que aproveitei. Se calhar deveria de ter-me concentrado numa só actividade, mas isso era impossível para um espírito irrequieto como o meu fosse para onde quer que fosse. O mundo era meu, tinha que andar. Correr, viver, experimentar, fiz tudo isso. Mas agora que cheguei até aqui descubro que ainda tenho muitas coisas que quero fazer, objectivos para atingir, momentos para viver e aproveitar melhor o tempo e as vivências pois a experiência é maior. Erros? Cometi muitos e alguns paguei-os bem caro, mas o que me diverte é o saber que vou continuar a errar e a fazer asneiras como qualquer pessoa normal. Certamente que não cometerei determinado tipo de erros pois aprendi com as experiências, mas vou certamente inventar novas formas de errar e de fazer asneiras, tal pensamento diverte-me. É engraçado verificar que de uma forma ou de outra a arte esteve sempre presente ao longo destes anos, quer na escrita, pintura e na música.

Esta última com mais força do que qualquer outra. Por vezes tenho saudades de subir a um palco e tocar, há coisas que nunca se perdem e eu sempre adorei o palco. Algo constante na minha vida foram as guitarras, sempre tive guitarras por perto desde que me conheço e o fascínio nunca esmoreceu. Actualmente possuo 13, as mais importantes ou com maior significado, são as minhas meninas, cada uma tem nome próprio. Mas de há vinte anos para cá a Lady DY, a minha guitarra amarela, tem sido uma companhia constante quer no palco, em estúdio ou em casa. Mais antiga que ela só uma guitarra clássica Francisco Sanchez de Badia, La Bella, nela escrevi dezenas de canções. Mas para terminar este post, resta-me dizer que vivi meio século de fragmentos que construíram uma existência, cada pedacinho é um mundo imenso, cada mundo constitui o meu universo. Quanto ao resto, para as coisas menos boas tenho uma frase que repito sempre: Dói mas não mata! E no que respeita a tudo o resto a minha máxima é: Nada é superior à minha vontade!


A todos que contribuíram e contribuem para esta existência tão rica o meu muito obrigado por fazerem parte da minha vida. Espero que quando chegar aos 100 ainda vos tenha a todos comigo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vampiros Emocionais - Parasitas da Alma

A propósito de algo que me aconteceu, pelo menos duas vezes com pessoas diferentes mas com características comuns, criando-se relações de uma certa dependência e nas quais fiquei completamente esgotado em termos de energia e um pouco à deriva. Seguindo o conselho de amigos que me ajudaram a ver para além da ilusão e me mostraram o estado em que me encontrava, decidi procurar respostas, não só para o meu comportamento, mas também para o facto da permissividade que deu origem a tais relacionamentos. Apesar da pesquisa que fiz e do muito que li sobre este assunto resolvi sintetizar o mais possível e centrar-me nas minhas próprias experiências e nas de outras de pessoas que conheci e que por elas me foram relatadas. Hoje muitas coisas fazem bastante mais sentido do que anteriormente, mas de qualquer modo, o tema Vampiros Emocionais é muito mais vasto do que abordo aqui e por isso no final, recomendo um livro que, melhor do que tudo o que escrevo aqui vos poderá elucidar sobre este tema e ainda um site de um psicólogo que sintetiza na perfeição aquilo que acontece a quem passa por estas experiências. No entanto, apesar de tudo reconheço que somos nós que nos deixamos seduzir e abrimos as portas para o vampiro entrar.


A minha amiga Kuska trouxe-me uma revista feminina na qual leu um artigo que lhe despertou o interesse e lhe pareceu relevante para o meu caso e até para outros que conhecemos. O artigo é sobre Vampirismo Emocional, algo de que eu nunca ouvira falar até ali. Por esse artigo compreendi muitas coisas e percebi muitos dos porquês da minha conduta, não obstante as duas relações problemáticas que tive, terem um intervalo de 7 anos. Uma ocorreu por volta de 2001 e outra começou em 2008 e terminou já em 2009. A verdade é que o dito artigo me apontou vários cenários que rapidamente reconheci e mostrou-me porque tais situações aconteceram. Pelo que li e pela informação que recolhi posteriormente, fiquei a saber que todos nós num determinado momento podemos ser “vampiros emocionais” sem que haja nisso patologia, simplesmente vamos buscar apoio e energia quando nos sentimos em baixo ou desejamos muito algo que alguém nos pode proporcionar, nem que seja ouvir-nos relatar as nossas pseudo desgraças momentâneas. Não existe nada de mal nisso, faz parte do intercâmbio, do relacionamento entre pessoas. Mas a coisa fica mais grave quando nos deparamos com pessoas que são exímias em roubar energia aos outros e o fazem sistematicamente de forma um tanto ou quanto premeditada e sem qualquer espécie de escrúpulo. Atenção que tais pessoas são doentes e muitas das vezes nem têm consciência de que o estão a fazer. Mas quem são estes “vampiros” e de que tipo? O psicólogo americano Albert Bernstein definiu no seu livro Vampiros Emocionais (editado em português do brasil pela Campus), os tipos mais comuns destes parasitas da alma que nos sugam a energia.

Nem sempre é fácil percebermos que estamos a ser vítimas de um vampiro emocional pois eles exploram as nossas fraquezas de forma hábil e só muito tarde nos apercebemos que estamos a ser sugados. Segundo Bernstein as principais vítimas destes sugadores de energia inserem-se em duas categorias:
1 – Pessoas susceptíveis aos altos e baixos da vida e extremamente sensíveis ao que os rodeia e ao sofrimento alheio;
2 - Pessoas com uma enorme energia positiva, do tipo que oferecem ajudam sem esperar nada em troca.

Se compreendermos bem estes dois conceitos e formos suficientemente honestos para nos identificarmos com uma destas duas características, ou mesmo das duas, estaremos a iniciar um processo gradual de defesa e imunização a tais parasitas. Mas saliento que, em qualquer das categorias somos um forte apelo para qualquer vampiro emocional experiente, ele reconhecer-nos-à de imediato e quanto mais experiente ele for, mais rapidamente tudo fará para não nos deixar fugir. Quando um destes “vampiros” encontra uma vítima não deixará que a pessoa se afaste, mantê-la-à presa até conseguir fazer de nós os seu vício. Um dos métodos mais comuns é repetir continuamente o que ele supõe ser o que nos atraiu até ele. Esta é uma das suas técnicas. A verdade é que sem nos darmos conta convidamo-lo e entrar na nossa vida e ele instalar-se-à nela aproveitando-se ao máximo da nossa energia. Ele fará de nós o seu ídolo, o seu maior apoio, mostrar-nos-à quanto somos importantes para ele e que nunca ninguém antes de nós conseguiu tal empatia. Mais cedo ou mais tarde incitar-nos-à a realizar todos os seus anseios, em que nos incluirá obviamente, ao mesmo tempo que acabamos por o incluir nos nossos. Tudo parece perfeito, mas a verdade é que acabamos colocando sobre os nossos ombros um peso insuportável. Quando nos sentirmos orgulhosos de ser tão inexplicavelmente úteis e importantes, entramos na fase seguinte: dar sem receber nada em troca. As histórias variam de “vampiro” para “vampiro”, mas entre os traços mais comuns encontra-se o vitimizarem-se. Pais que não gostam deles, relações amorosas traumatizantes, etc, etc… Na verdade todos eles apresentam uma história que nos impele a sentir uns enorme simpatia por eles e a querermos ajudar, demonstrando que ainda existem boas pessoas. Pois é meus amigos, a verdade é que essas criaturas na realidade não querem nem a nossa ajuda, nem a nossa amizade, na verdade para eles nós somos apenas um alimento emocional que satisfaz a sua necessidade de sugar a nossa energia sem nada dar em troca. Acreditem ou não eles são exímios em explorar os nossos pontos frágeis e levarem-nos a acreditar através das palavras e mentiras que são a alma gémea porque tanto ansiámos. Inicialmente encantamo-nos, apaixonamo-nos e tudo parece um mar de felicidade, mas gradualmente tudo isso vai desaparecendo, começamos a andar ansiosos, aquela relação torna-se obsessiva, nada mais existe para nós que não seja aquela relação, aquela pessoa. Quem consegue libertar-se fica invariavelmente marcado pela intensidade da experiência, os que não se libertam vão sendo consumidos gradualmente e muitos destroem a sua vida em prol daquela relação doentia, alguns vão mesmo até ao suicídio.

Muitos de vós estarão a perguntar-se como é possível deixarmo-nos enredar numa relação desta natureza. O que acontece meus amigos é que estes “vampiros” são peritos em explorar todas as nossas fraquezas e não se poupam a esforços para nos manter sob controlo. Nessa falta de reciprocidade o vampiro emocional recorre frequentemente a elogios e agradecimentos, promessas; é até capaz de chorar fazendo-nos crer que somos únicos na vida dele e que jamais alguém tinha feito fosse o que fosse por ele, antes de nós aparecermos. Neste campo podem existir variações dependendo da pessoa com quem estamos a lidar. Mas pelo menos um ponto é comum: todas falam de projectos que querem realizar, muitas ideias, muita conversa, mas com o passar do tempo verificamos que nada fazem, a menos que nós criemos as condições para tal. Mais uma vez aqui podem existir variações tendo em conta as condições económico-sociais do “vampiro”. As fórmulas são variadas mas todas conduzem a um mesmo: fim cravar profundamente os caninos no nosso ego e alimentarem-se da nossa energia. Não esperem que um vampiro emocional tenha qualquer espécie de reconhecimento pelo que quer que seja que façam por ele. Por mais doloroso que isso nos possa parecer tais pessoas não reconhecem nada, não são capazes de o fazer. Para elas o único objectivo é alimentarem-se de nós a qualquer preço, mesmo que tenham que mentir descaradamente, tudo é válido para não nos deixar fugir.

Mas então e nós?
Por incrível que pareça, sem nos darmos conta entramos nesse tipo de relação e gradualmente sentimo-nos dominados mas impotentes. A verdade é que quase sem querer o vampiro torna-se tudo para nós, a nossa razão de existir, ficamos dependentes dele e nada mais conta. Claro que aqui a culpa é nossa pois deixámos que nos dominassem, mas acreditem que por vezes nem damos por isso. Noutros casos estamos permeáveis a que tal aconteça e só damos por isso tarde demais. Quanto tempo pode durar uma relação deste tipo? Depende muito da pessoa que está a ser sugada. Enquanto ela se deixar sugar o “vampiro” não a larga e mesmo quando tal pessoa começa a dar mostras de querer cortar a relação, o “vampiro” exercerá maior pressão, mas simultaneamente começa a preparar outra vítima, para o caso da que tem lhe fugir.

Não nos iludamos. Quando tiramos a máscara a um vampiro emocional ele não se verá tal e qual é. Tal como os vampiros mitológicos, a imagem destes vampiros emocionais não aparece no espelho, eles nunca se vêm como na realidade são. Quando descobrimos o que eles são na realidade nem sequer os podemos qualificar de maus, imaturos, frustrados, narcisistas, introvertidos muito embora aparentem o contrário por vezes criando uma imagem que projectam e que sabem ser atractiva para certo tipo de vítimas. A maior parte destes “vampiros” tem um temperamento ciclotímico com ciclos mais ou menos rápidos. Por não se conseguirem ver no espelho tal como são é impossível uma análise mais critica da sua parte.
Quando um vampiro emocional é desmascarado e lhe mostramos através das suas próprias palavras, documentos e demais evidências irrefutáveis, não esperem que ele se arrependa ou altere o seu comportamento. Pelo contrário, o “vampiro” quando é desmascarado ficará extremamente exasperado e inconsequente; apenas atrairemos a sua ira. Regra geral o “vampiro” sentir-se-à injustiçado e ao sentir que perdeu o controlo sobre nós passará a considerar-nos como mais uma das pessoas que lhe fez mal e que a iludiu. Nós seremos mais uma história que ele contará à próxima vítima distorcendo tudo pois é dessa forma que ele se vê. Na verdade não são pessoas más, apenas pessoas doentes que necessitam de ajuda especializada, mas à qual, na maior parte dos casos não recorrem pois não têm consciência de que estão doentes.

Quando passamos por experiências como estas, independentemente do tempo de duração e das consequências que tal relacionamento provocou, o importante é que tenhamos a coragem de lhe colocar um ponto final e afastarmo-nos imediatamente de tais pessoas. Quanto mais longe ficarmos do seu fascínio e das suas palavras hipnotizadoras mais rapidamente nos apercebemos da realidade e gradualmente vamos reconstituindo um puzzle que sempre esteve ali na nossa frente e não o conseguimos ver. Na maior parte dos casos durante este tipo de relação o “vampiro” menciona várias pessoas, mascara-as segundo a perspectiva que lhe interessa mais apresentar, mas se estivermos atentos verificaremos que de cada vez que o “vampiro” fala dessas pessoas muda sempre um detalhe ou outro e que aquilo não bate certo com o que nos dissera anteriormente. O ideal seria poder confrontar o ”vampiro” com anteriores vítimas, mas isso nem sempre é possível. Mas o importante é conseguirmos libertar-nos da sua influência e libertar a nossa mente dos conceitos que o “vampiro” instalou no nosso ego. Isto não é fácil e pode até ser doloroso durante algum tempo. Na verdade isto é como uma droga que nos vicía e que quando nos falta provoca ressaca. Mas acreditem que passa e com a ajuda do tempo e das pessoas que nos apoiam em breve estaremos recompostos. É importante procurar descobrir como e porquê nos deixámos subjugar daquela forma. Isto pode passar pela auto-análise, mas também pode ser necessário falar com um bom terapeuta que nos ajudará a identificar padrões que possibilitam a entrada de tais “vampiros” na nossa vida.
Entretanto, no meio disto tudo subsiste uma questão que é: o que acontece com o “vampiro”?
Muito embora a maior parte de nós nunca o chegue a saber a verdade é que privado da nossa fiel e constante presença o “vampiro” fica desesperado, mas jamais irá expor as evidências que nós constatámos e com as quais o desmascarámos. Depois de um breve período de calma e aparente desânimo o “vampiro” já estará em busca de nova vítima, se é que não tinha já uma em perspectiva e aí mais rapidamente recuperará da perda. Desiludam-se aqueles que pensem que o “vampiro” se lembrará deles. A única forma de que o “vampiro” se recordará de nós será para nos usar como referência para as suas lamentações sedutoras, com o objectivo de capturar mais uma temporária vítima.

Como inicialmente disse, quero terminar este post recomendando o livro Vampiros Emocionais, do psicólogo Albert Bernstein, editado pela Campus. Tanto quanto sei na FNAC está esgotado e o preço ronda os 26 euros.

Recomendo também o site do psicólogo Fernando Barnabé, PsicoAstro que de uma forma sucinta explica bem o que acontece neste tipo de relações. Aqui deixo o link

PS: Quero aqui salientar que os Vampiros Emocionais são pessoas verdadeiramente doentes e que não têm consciência disso. Não adianta sentirmos raiva ou qualquer animosidade contra eles caso tenhamos sido sugado por algum. O melhor é afastarmo-nos de tais pessoas e escolhermos ser felizes connosco para podermos ser felizes com os outros.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Março é o meu mês e de alguns amigos, o resto do ano é de todos!

A propósito do aniversário da minha querida amiga Ana Costa, a 5 de Fevereiro, lembrei-me de outros amigos, o Luis Atthouguia que faz anos a 23 de Fevereiro, para além de amigo é também o meu pintor favorito e em cuja obra busquei muita da minha inspiração quando me decidi a pintar. Mas ao pensar nisto ocorreu-me que logo a seguir entramos no mês de Março, o meu mês, mas também o mês de algumas pessoas que fazem parte da minha vida e são importantes para mim. Rapidamente comecei a lembrar-me de todos, muito embora faça aqui uma menção especial ao meu amigo, companheiro de projectos musicais, Álvaro M Rocha que também é peixinho mas prefere manter a data no anonimato, só que eu descobri que é a 24 de Fevereiro. Por isso a primeira da minha lista é a minha prima Ana Paula que faz a 6, segue-se uma outra amiga que vive em londres onde é jornalista, o seu dia é o 8, já não nos vemos faz muito tempo, mas para além da saudade recordo com carinho as reportagens que fizemos juntos. A pessoa que se segue na minha lista é especial pois somos inimigos de estimação desde sempre, há mais de 14 anos, mas amigos na verdade, mais ainda porque esta pessoa, para além das suas inúmeras qualidades e capacidade quer como pessoa quer como jornalista, esteve ao meu lado num dos momentos mais difíceis da minha vida, a morte do meu querido Bahari. Foi ela quem esteve comigo em todo o processo e me agarrou o braço transmitindo-me força, jamais o esquecerei, o dia dela é o 10 de Março (dia da Sharon Stone e Bin Ladden). Depois segue-se o 14, dia em que o meu filho nasceu e em que completa 26 anos, mais um motivo de grande orgulho e alegria. No dia 16 uma nova amiga que se revelou uma pessoa fantástica a Maggie. A 17 tenho a minha tia e depois a 18 é a minha vez, este ano é especial, talvez mais tarde vos conte porquê, por agora fica em segredo. Finalmente a não menos querida amiga SU que faz a 20, uma pessoa de que gosto bastante e cuja companhia é sempre agradável e a 23 de Março um grande amigo e companheiro de muitos anos nas muitas coisas que fizemos juntos, o grande Cameraman Metálico. Ao longo de todo o ano tenho vários amigos que fazem anos, uns tiveram um impacto mais profundo na minha vida do que outros por circunstâncias diversas, mas independentemente de tudo, a verdade é que a amizade se manteve assente nos valores essenciais: honestidade, respeito, nobreza de carácter. Em todos estes anos de muitas vivências e experiências posso considerar-me afortunado pois tive uma vida rica e preenchida, fiz praticamente tudo o que queria fazer e vivi o que muitos gostariam de viver. Também conheci pessoas menos boas e sem caráter, mas dessas mal me lembro já, foram apenas estranhos com quem me cruzei acidentalmente e de cujo encontro não ficou marca ou vestígio. Posso afirmar que Março é o mês em que mais pessoas minhas amigas fazem anos e por tudo isto acho que é o mês mais bonito do ano.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ana Costa, uma amiga e um talento sem limites

Hoje acordei e dei-me conta que é dia 1 de Fevereiro, a primeira coisa que me ocorreu foi que dentro de 4 dias uma das minhas melhores e mais próximas amigas faz anos. Em flashback revi todos os momentos desde que nos conhecemos... Já fez um ano, foi no concerto das Black Widows em 2008. Recordo-me daquela figurainha de boneca de porcelana que mais parecia uma bailarina do que a baterista da banda. Lembro-me de ter ficado deliciado com a energia e o feeling com que tocou todo o concerto e já fora do palco, pude observar que a energia ainda não se esgotara pois vibrava enquanto assistia ao concerto da banda seguinte. Só algum tempo mais tarde, quando decidi festejar o meu aniversário num palco, ao convidar a Sara Cardoso enviei um convite também para a Ana que ela aceitou. Quando os ensaios começaram criou-se de imediato uma enorme empatia entre mim e ela, passávamos o tempo a brincar um com o outro e também com o resto dos elementos e tornavamos cada ensaio numa festa. Foi daí que nasceu a amizade. Falávamos de imensas coisas, temos pontos em comum, a música, a escrita e a pintura, mas também imensas afinidades, um enorme carinho, nobreza de sentimentos e de carácter. Gradualmente fomos participando na vida um do outro enquanto amigos, falávamos imenso ao telefone, encontrávamo-nos quando dava pois ela tinha uns horários meio complicados. Ela mandava-me as coisas que escrevia para eu ler e dar a minha opinião e eu mandava-lhe as minhas, ainda fazemos isso. A escrita da Ana Maria é fantástica, não só escreve muito bem, como os seus textos estão impregnados de um sentimento vivo algo que nos chega bem dentro da alma. Tem alguns deles inseridos num livro de uma excelente fotógrafa e amiga a Ana Sottomayor, infelizmente por enquanto uma edição de autor. Mas quanto mais leio mais me apercebo da sua sensibilidade, na forma como interpreta os momentos e os transcreve para o papel prendendo-nos ao texto que lemos com entusiasmo do princípio ao fim. Durante o meu contacto com ela fiquei a conhecer alguns projectos no campo da música. Um desses projectos consistia numa banda de metal em que ela era a vocalista. Confesso que fiquei surpreendido. Juro que não estava a ver aquela figurinha doce de voz meiga a cantar. Mas lá combinámos uma ida ao estúdio de um amigo meu para ela colocar a voz em dois temas da tal banda. Bem quer acreditem ou não aquela garota, não obstante ser a primeira vez que entrava em estúdio para gravar voz, começou a revelar-se um diamante em bruto que poderia vir a ser um caso sério se quisesse enveredar por essa via. Ficámos maravilhados com a voz e com a interpretação e isto numa mistura simples e não numa produção mais a sério. Mas a verdade é que ela não só fez a voz principal como as segundas vozes e coros. Tudo isto num ambiente verdadeiramente fantástico de boa disposição. Aliás perto da Ana Maria é impossível estar-se mal disposto, ela tem uma alegria contagiante. Aliás lembro-me de uma tarde passada em casa da minha mãe que a adora, falámos, rimos e acreditem nenhum de nós tinha vontade que o dia acabasse. Recordo ainda uma noite em que eu, a Kuska e a Ana Maria fomos para a festa de comemoração da Visão, vocês podem não acreditar mas foi de loucos, tivemos até direito a aparecer na televisão.


Deixei para o final a parte mais relevante dos talentos da Ana Maria, a pintura. Na verdade a Ana Maria quer deixar a sua marca na pintura, é nessa área que ela concentra toda a sua atenção enquanto artista. Eu gosto dos quadros dela, transmitem-me sensações únicas e impressões profundas. Conforme o tempo foi passando pude assistir a uma evolução no seu estilo e uma busca por novas direccionalidades e motivos, ao mesmo tempo que assisti também a uma transformação na sua vida. A minha amiga Ana Maria conheceu o seu companheiro à distância, mas o seu sentimento foi crescendo e acabaram por se conhecer pessoalmente. Em poucos meses e várias estadias entre Portugal e França a minha amiga decidiu apostar no amor e por uma questão prática, tendo em conta que seria mais difícil para ele vir para Portugal sem falar nada de português, ela que já falava algum francês pegou na trouxa e zarpou para França, assegurando a possibilidade de ter que voltar caso as coisas pudessem não resultar. Felizmente resultaram e ela lá está feliz. Muito embora mantenhamos o contacto sintos saudades da ver e de estar com ela, espero em breve ter a oportunidade de a rever quando ela e o seu companheiro resolverem dar um pulo até cá. Poderia dizer muito mais sobre a Ana Maria, mas prefiro resumir tudo numa simples frase: é um dos melhores seres humanos que conheço.


Deixo-vos alguns dos quadros dela iniciando com um dos mais antigos, depois um que foi uma encomenda que acabou pouco tempo antes de decidir ir para França e finalmente um mais recente já pintado em França. Lamentavelmente não posso incluir aqui as gravações que fizemos no estúdio para apreciarem a sua belissima voz, os direitos das músicas pertencem a uma banda e não os posso usar sem permissão. Pode ser que um dia destes ela nos possa brindar com algo inteiramente seu já que o companheiro também é músico e toca numa banda. Até lá espero que a Ana tenha um grande aniversário e continua feliz como até agora. Se quiserem ver e saber mais sobre a Ana Maria visitem o seu Myspace em: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewProfile&friendID=339746377