terça-feira, 1 de maio de 2007

Cães e gatos

Quando criamos um blog temos duas alternativas: ou escrevemos um post de vez em quando e esperamos a inspiração e tempo para fazer um novo ou, como acontece comigo, não vemos a hora de colocar novo post pois o fluir de ideias é tal que quase somos consumidos por elas…rssss este é o meu caso.
Neste post resolvi falar sobre cães e gatos, algumas histórias que me aconteceram ao longo da vida e algumas pequenas coisas que presenciei e continuo a verificar no dia a dia. Não tenho a pretensão de ensinar ninguém ou de estar com falsos moralismos, a vida é como é e as pessoas são como são, mas acredito que se todos nós formos dando um grito pode ser que a nossa voz funcione como um alerta e os nossos sentimentos se estendam a muitas mais pessoas que juntamente connosco contribuam para que este planeta seja melhor para os animais: os nossos e os dos outros.

Um galgo dois galgos
Há uns anos, mais concretamente doze conheci o Kadja. Era um enorme galgo afegão preto, doce, meigo mas muito senhor do seu focinho. A sua dona foi minha namorada e posteriormente companheira por muitos anos. Ela também descobriu os galgos por acaso: quando visitava uma exposição na antiga FIL na companhia da mãe olhou para um galgo afegão e exclamou: “Mãe olha um cão igual a mim!”, a São é assim mesmo…rssss. Foi através do Kadja que conheci a raça de cães pela qual me apaixonei até aos dias de hoje e da qual tenho dois. Ainda me lembro bem de ver aquele enorme cão nego deixar-se escorregar sobre as patas da frente até ficar completamente deitado no chão ou então do dia em que durante a noite procurei puxar a roupa da cama pois estava a sentir frio e sem sucesso, nova tentativa e nada. Já exasperado procurei com as pernas levantar a roupa mas por mais força que fizesse não conseguia esticar as pernas. Finalmente resolvi abrir os olhos e vi aquela imensa mancha negra atravessada na cama… era o Kadja e por isso é que eu nem conseguia esticar as pernas nem puxar a roupa.
Um dia o Kadja morreu vítima da idade e foi como se o mundo acabasse para toda a família, nada voltou a ser como antigamente.
Dois anos se passaram desde a morte do Kadja e a São nunca deixou de chorar o seu querido cão, em certos momentos vinha-lhe à memória um outro episódio e as lágrimas eram mais do que certas. Num desses dias terminou dizendo “…nunca mais vou ter um galgo…” claro que fiquei com a frase na cabeça e nesse mesmo dia resolvi procurar onde é que existiam galgos para irmos matar saudades. A minha primeira ideia foi ir ver ao jornal Ocasião e acredite-se em coincidências ou não estavam lá anunciadas duas ninhadas, uma em Peniche e outra no Cartaxo daí a pegar no telefone e marcar uma visita foi um ápice.
Estava um bonito dia de Maio quando nos metemos ao caminho, a São e eu, na direcção de Peniche. A ideia era ir ver a ninhada de Peniche e depois seguir até ao Cartaxo para ver a outra. Fomos muito bem recebidos em Peniche pelo criador, o Luís Felipe, de quem ficámos grandes amigos. Lá estavam 9 maravilhosos pequerruchos de várias cores, eu nunca tinha visto galgos em bebés e fiquei um tanto ou quanto decepcionado – então e os focinhos pontiagudos? – Explicaram-me o progresso do crescimento para que eu entendesse o processo gradual de transformação. A verdade é que fiquei apaixonado por um branco e a São favoreceu os pretos por afinidade com o Kadja. Quase como que por entendimento sentimental decidimos ficar com um e como as preferências divergiam optámos por escolher um de outra cor para ser um cão de consenso, assim o escolhido foi um castanho matizado que se revelaria mais tarde dourado e que se chama Ikbal. Já não fomos ao Cartaxo…rsssss. Acabámos por ajudar o criador a vender os cães para amigos nossos e no final como só sobrava um eu decidi que vinha connosco e assim um mês depois do primeiro chegou o irmão baptizado como Bahari, hoje os nossos meninos mais que tudo. Já lá vão 9 anos desde aquele Maio de 98 e as histórias que tenho para contar enchem um livro, mas a felicidade que nos trouxeram caberia em centenas de livros com muitas páginas.

Gatos e gatas da minha vida

Nunca tive gatos e a minha experiência com eles era apenas a de uma pessoa que ocasionalmente brincava com os bichos dos amigos. Mas por incrível que pareça os gatos gostam de mim, os animais em geral gostam. Quando vou a casa de alguém que tem felinos, mesmo sem os conhecer, a verdade é que não tarda muito que me saltem para o colo e se aninhem tranquilamente como se eu seja deles.
Um dia, estava eu no trabalho, quando ouvi uns miados desesperados vindos debaixo dos carros estacionados ali perto. Curioso, fui espreitando até que descobri dois gatinhos bebés provavelmente cheios de fome. Fui ao café ali perto e pedi um pires com leite e alguns bocados de miolo de pão e coloquei perto deles. A gatinha veio logo comer mas o irmão continuou miando e nem me deixava aproximar. Durante dois dias fui alimentando os bichos até que ao terceiro dia só me apareceu a gatinha. Deixou-se apanhar e ficou comigo toda a noite enquanto estive de serviço. Trouxe-a para casa sem saber muito bem o que fazer. Dei-lhe de comer e brinquei com ela como me pareceu que ela gostava e entretanto procurei entre os amigos um dono. Nessa noite quando me deitei a gatinha veio para junto de mim e fazia um barulho esquisito, parecia que tinha um motor na garganta…rssss telefonei aflito para a São para saber o que poderia ser…rsss foi ela que me explicou que aquilo era o ronronar de satisfação. Também foi ela que me explicou que a língua dos gatos não é macia como a dos cães…rsssss. Como podem ver por estes episódios eu de gatos não entendo nada, só sei que arranham e que são muito bonitos. Alguns dias depois a gatinha a quem chamei Tosca arranjou uns donos e um companheiro e lá foi.
Passaram-se dois dias após a ida embora da Tosca quando um colega meu me chamou, eu ia rendê-lo. Apontando um local perto de onde eu costumava colocar o leite para os gatinhos disse-me ele: “olha este tem estado a miar à tua espera. Para meu espanto lá estava o gatinho preto e branco irmão da Tosca. Baptizei-o de Tosco e peguei-lhe trazendo-o comigo. O Tosco teve mais sorte pois no mesmo dia arranjei dona para ele.
Muito tempo depois disto acontecer, estava eu em casa quando olhei pela janela da sala e vi uma gatinha, já grandota, miando e chegando-se às pessoas. No começo achei que os donos estivessem por perto, a gatinha estava bem alimentada. No final do dia lá continuava a gatinha por baixo dos carros só saindo quando via alguma pessoa por perto. Não demorei a perceber que estava perdida ou abandonada. Branquinha de olho azul e super meiga. Peguei nela e trouxe-a para casa. O velho dilema de sempre: eu não tinha tempo para animais, devido há minha vida profissional, mas não podia abandonar a Tosca2. Levei-a ao veterinário que lhe atribuiu cerca de 3 anos de idade, tratei-a e esteve comigo durante uma semana até que finalmente apareceu um senhor através do gatomail (a corrente de amigos que têm gato e email) que manifestou a vontade de ficar com ela caso a gatinha fosse meiga. Ele apareceu lá em casa e mexeu na gatinha com um à vontade e familiaridade que nem eu me atreveria. Trouxe um saco próprio para transporte onde a colocámos e levámos para o carro. Voltámos para minha casa no sentido de levar o resto das coisas dela que eu entretanto tinha comprado e quando voltámos ao carro, para nosso espanto ela tinha aberto os fechos e passeava-se tranquilamente por todo o carro…rssss. O David foi-se embora com a Tosca2 e ficou de me telefonar par dizer como é que tinha corrido a viajem até Oeiras. Segundo ele, desde que arrancou até ao final da rua ela voltou a abrir os fechos e saltou para fora do saco de viajem e fez a viajem toda sentada no banco do passageiro sem qualquer problema, é assim a minha Tosca2. A gatinha foi um presente para a sogra do David que já tinha um outro gato, em vez de Tosca chamaram-lhe Sissi e passou a ser a nova top model de Oeiras.
Apesar de tudo isto ainda me continuo a dar bem com os gatos vadios que habitam por perto do meu local de trabalho, deixam-me dar-lhes de comer, fazer festas, mas deixarem-se apanhar é que não.
Finalmente gostaria de falar dos animais abandonados pois como estamos a entrar na época deferias certamente que o número vai aumentar. Os animais não são bonecos que se compram para dar de presente. São animais que sentem que sofrem, são vida importantes e todos nós temos o dever de os ajudar denunciando qualquer abuso sobre eles cometido. Juntemo-nos nessa tarefa e tentemos fazer deste mundo um mundo melhor para os nossos queridos bichos. Cada vez que vejo um animal abandonado é como que um espinho cravado que me delicera a alma.

11 comentários:

Anónimo disse...

oi lindo,
não podias ter escolhido melhor música para este post!
nem fotos!!!

se tivesse uma varinha de condão acabava com o abandono de todos os animais e castigaria os sem coração: viveriam o resto da vida numa pocilga e teriam de ouvir música pimba de manhã à noite.

beijinho por todos os gatinhos que acolheste..

Afgane disse...

Oi Kuskinha,
Obrigado pelo comentário. Realmente tive um cuidado especial na escolha das fotos e também da música, queria algo especial uma vez que se trata dos nossos bichos tão queridos. Na verdade eu acho que os animais, todos eles, são de todos nós e que temos uma responsabilidde enorme em cuidar deles e dos seus direitos. Quanto ao castigo que davas aos sem coração estou contigo,o problema seria onde colocar tal pocilga pois a dimensão seria monstruosa...rssss para além da música pimba eu sugeria que também fossem obrigados a ver os programas da tarde que passam nos 3 principais canais de TV, argh...rss

Teresa disse...

Quem não gosta de animais não pode ser boa pessoa, pronto!

Se eu pudesse...!

Tem um desafio na Gota. I'm sorry.

Um beijo.

Afgane disse...

Querida Tersa,
Concordo consigo e já respondi ao seu desafio...rsssss
beijos

CAP CRÉUS disse...

Todos os dias me debato com a situação em que vivem, cães e gatos neste país. Teria muitas histórias para contar, mas não temos espaço e tempo.
Adoro cães,adoro gatos!
Muito bom post!
Parabéns!

Anónimo disse...

socorro!
estou apaixonada pelo afegão loiraço que figura no topo deste post.
será o meu lado de cachorra Julieta sem dono Romeu?

slap's

Afgane disse...

Cap Créus,
Obrigado pela visita e pelo comentário espero que continue. Eu compprendo o que quer dizer sobre os animais neste país, infelizmente é o país que temos. Mas olhe se cada um de nós, amigos dos animais, formos divulgando as situações e alertando as consciências certamente contribuiremos para tornar a situação melhor. Eu acredito nisso.
Abraço

Afgane disse...

Kuska,
Aquele loiraço faz sucesso...rsss porque é que pensas que coloquei a foto dele a abrir o post?...rssss
beijos

Maria Cristina Amorim disse...

Bem, adorei o poste. Aqueles quatro são teus?
Quem sabe um dia começo a escrever sobre os meus animais. Tenho muito a contar, e talvês contribua para o melhor entendimento de muita gentita que anda por aí.
Beijos.

Maria Cristina Amorim disse...

Só mais uma coisa... OBRIGADO PELO LINK!!!!!!!!!!!!!!!

Afgane disse...

Pandora,
Os 4 que se vêm na foto são dois meus, o Ikbal e o Bahari e duas cadelinhas irmãs dos meus. Quanto ao escreveres sobre os teus animais força todos junto ajudaremos a mudar as mentalidades neste país.
beijos