sábado, 16 de junho de 2007

Harley, Born To Be Wild

Desde que a primeira moto foi inventada que a paixão nasceu. Actualmente existem milhões de motos espalhadas pelo globo e o culto motard está mais vivo do que nunca. As marcas são inúmeras, os modelos e as formas também. Desde os grandes fabricantes até aos pequenos construtores de modelos personalizados há de tudo. A mota está associada ao espírito rebelde, à sensação de liberdade e ao gosto pela estrada. Mas não há nada que substitua uma Harley Davidson a rainha de todas as motos. A Harley definiu os parâmetros e o contexto de todas as outras e nenhuma se lhe compara. É diferente passear numa qualquer mota por mais impressionante que seja e aparecer numa Harley. Durante anos a Harley Davidson foi popularizada em filmes, anúncios, séries de TV e até na música para ter uma noção da imensidade basta dar um salto ao site cujo link aparece no final deste post.







O conceito rocker definiu-se como vestir de cabedal, usar botas de cowboy, tocar guitarra e andar numa harley. Existem bandas musicais que se identificam com este contexto tal como muitas pessoas. Lembrando os eternos Judas Priest. Se nos lembrarmos das concentrações de motos em qualquer país verificamos que a música rock lhes está associada. Durante muito tempo o conceito biker vivia muito do feios, porcos e maus, uma injustiça. A mulher era retratada como a pendura do motoqueiro, outra injustiça poi as mulheres sempre foram e continuam a ser tão bikers quanto qualquer homem. Não raro é encontrar mulheres que guiam as suas potentes máquinas através de vários países para participar em convenções.



Sobreveio uma fase em que ser motoqueiro era um símbolo de rebeldia face a uma sociedade castradora, posteriormente os motards passaram a ser os executivos e as profissões de maior status com as suas motos caras, mas muitos desses motards só têm mesmo o dinheiro pois os espírito não está lá nem se compra. Não há regra sem excepção. Claro que se falarmos com quem tem uma mota todos afirmarão ser motards de corpo e alma, mas só ao fim de semana muitos deles e nem sempre. A mota actualmente está ligada a uma geração mais jovem, aliás é a pensar nela que os fabricantes evoluem as suas criações. Mas a moto ultrapassa largamente o conceito geração. É óbvio que a utilização das motos também evoluiu ao longo dos anos e é muitas das vezes elevado ao exagero e até à imprudência com consequências nefastas para a vida dos utilizadores. É frequente ouvirmos notícias trágicas sobre motos, mas nem isso diminui o entusiasmo daquele que desejam andar de moto. Actualmente existem diferentes tipos de motos e vários desportos a elas associados, uns mais radicais do que outros. Existem ainda os especialistas em saltos fantásticos e acrobacias que fazem parecer fácil controlar uma moto quando na verdade o não é. Mas que as motos são um veículo fascinante disso não há qualquer dúvida.
Uma experiência sem igual é participar numa convenção de motos, a vida nunca mais será a mesma. O ambiente é único, é como um Woodstock de menores dimensões. As conversas são sobre motas, viagens estrada fora e música. Tudo isto regado com cerveja e na companhia de encantadoras mulheres. Depois temos a música, concertos de rock forte e musculado sem esquecer os fenomenais strips da praxe. Eu tive a sorte de tocar para uma imensa plateia de motards e garanto-vos nada se assemelha, é um momento único.
Ensinou-me a experiência que existem fases em que se criam modas que acabam por nos contagiar a todos pois definem de certo modo a geração a que pertencemos. Essas modas vão desde a cultura que absorvemos até ao vestuário, uns adaptam-se mais a uma moda do que outra e vice-versa. Lembro-me particularmente dos Rockers versus Rocabilly ou dos Teddy Boys, mais tarde o Punk e os Mods e ainda o pessoal do Grunge. Actualmente existem outras tantas tendências, talvez a mais falada no nosso país seja a do movimento gótico, se calhar porque dão mais nas vistas trajando integralmente de negro. No fundo são correntes que marcam a nossa juventude e que aos poucos abandonamos conforme nos vamos inserindo na sociedade de consumo, ficam as recordações. Mas isso não significa que no nosso íntimo não continuemos fiéis a esses ideais. Conheço muitas pessoas que mudaram na imagem exterior mas no interior continuam iguais ao que sempre foram. O dinheiro pode comprar a imagem, mas a essência ou se tem ou nunca se conseguirá adquirir. Sente-se ou não se sente. Eu continuo fiel à minha catedral do rock, o palco, onde todos os meus anjos vestem de cabedal, usam botas de cowboy, tocam guitarra eléctrica e cavalgam Harleys. Born To Be Wild.



Para saberem mais sobre a Harley em filmes e séries de TV


8 comentários:

zetrolha disse...

A minha Zundapp Famel também pode entrar no cortejo?

Anónimo disse...

olá,

adorei o teu post, aprendi imenso e senti a vibração...

cá pr'a mim a música vem na estrada numa moto com sidecar, daquelas que eu gosto!

bjinhos xxxx

Afgane disse...

Zetrolha,
Venha de lá a Zundappé

Kuskinha,
Tu e a mota com sidecar, sempre.
Beijos

Teresa disse...

Gostei muito deste post, António.
E aprendi umas coisas.

Ah! Tenho impressão de que anda com problemas para pôr músíca aqui, estou enganada? Experimente este, que eu tenho usado ultimamente:

http://upload.imeem.com/

Até dá para pormos a fotografia da capa do disco (claro que fica minúscula).

Já está melhor?

Um beijo.

*Um Momento* disse...

Olá
Para falar a verddae, não tenho mota , não sei conduzi-las , mas adoro ver as concentraçoes que fazem
Li tudo , adorei e aprendi bastante
Um agradecimento enorme por tal post
Gostei mesmo
Um Sorriso de e por este Momento (*)

Anónimo disse...

assim sim, com este som até as harley voem!

oh se voem!

xxxx

Rita disse...

E não é que o meu bisavô teve uma Harley!!! Catano, porque é que não m'a deixou de herança???

Afgane disse...

Teresa,
Ainda bem que gostou e que lhe permitiu aprender qualquer coisa, sinto-me mais útil.
Já estou melhor felizmente e já agora obrigado pela dica das músicas.
Beijos

Um momento,
Fiz este post porque adoro Harleys e muito embora não tendo nenhuma gostava de ter. Já tive mota há muitos anos mas deixei-me convencer pela comodidade do carro. Ainda bem que gostou do post. Tal como refiro no post, não é preciso ter mota parater os espírito motard.
Abraço

Kuska,
Sempre airosa nos comentários

Rita,
Essa é que foi uma pena. UmaHarley desse tempo hoje seria uma raridade e nem falo sequer pelo valor monetário.