sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Meio século de fragmentos do meu universo



Estou já a menos de um mês de atingir a bonita idade de meio século. É curioso que não me sinto com essa idade. Estou como me disse o meu amigo Sammy Hagar “um corpo de 50 com uma cabeça de 20”. Acho que a idade está no espírito, na forma como vivemos e encaramos a vida. Sofrer todos sofremos, poderia dizer que uns mais do que outros, mas quando colocamos as coisas em perspectiva, verificamos que o que nós sofremos dói muito mais do que o sofrimento dos outros, por muito pior que seja. Olhando para trás, não com nostalgia mas com satisfação, apercebo-me de que ainda não consegui atingir alguns dos meus objectivos ou realizar certos sonhos. Ainda não tenho um Lamborghini Diablo Roadster, Nem o Hummer H1 e mais umas quantas coisas fúteis mas agradáveis de ter. Mas em contrapartida tive montes de guitarras diferentes com as quais me diverti e me proporcionaram momentos únicos inolvidáveis. Recapitulando cada período da minha vida descobri que fiz milhares de amigos e vivi imensos romances ternos e genuínos. Exceptuando dois ou três casos, estou profundamente agradecido a todas as mulheres que passaram na minha vida. Aprendi muito com todas elas e independentemente do tempo que essas muitas ligações duraram, a verdade é que as amei e por elas me senti amado. Onde quer que estejam fisicamente, estão aqui guardadas no meu coração. Deus deu-me o que pedi, dois filhos. Sempre quis um rapaz e uma menina, assim aconteceu. O meu filho fará no dia 14 de Março 26 anos, continua a ser o meu menino e sempre o será. A minha filha Susana é mais um motivo de alegria, apesar de estar naquela fase complicada dos dezasseis anos, mas é a minha menina reguila. Depois vêm os meus familiares, mãe, irmãos, a minha amiga e cúmplice Kuska e os meus dois cães, os meus meninos, neste momento só o Ikbal está presente fisicamente, mas o meu Bahari está colado à minha alma como um anjo que vela por mim. Por vezes estamos um tanto ou quanto separados pela distância, mas sempre perto. Finalmente os meus amigos, são muitos mais do que eu próprio imaginava ou pensaria ter. Uns já me acompanham há alguns anos, muitos até, outros são mais recentes, mas todos eles são iguais para mim, são os meus amigos e sinto orgulho por ter a amizade deles. Só tenho pena de nãos os poder reunir todos no jantar que vou fazer para assinalar a data, mesmo assim seremos bastantes.
Durante todos estes anos de vida fiz muitas coisas, viajei imenso, conheci celebridades, tive os meus momentos de fama e na verdade trilhei o meu próprio caminho “I did it my Way”. Quantas pessoas tiveram a oportunidade de fazerem o que queriam? E quantas o desejam fazer e aguardam que a oportunidade apareça? Pois é meus amigos só tenho que agradecer todas as oportunidades que tive e que aproveitei. Se calhar deveria de ter-me concentrado numa só actividade, mas isso era impossível para um espírito irrequieto como o meu fosse para onde quer que fosse. O mundo era meu, tinha que andar. Correr, viver, experimentar, fiz tudo isso. Mas agora que cheguei até aqui descubro que ainda tenho muitas coisas que quero fazer, objectivos para atingir, momentos para viver e aproveitar melhor o tempo e as vivências pois a experiência é maior. Erros? Cometi muitos e alguns paguei-os bem caro, mas o que me diverte é o saber que vou continuar a errar e a fazer asneiras como qualquer pessoa normal. Certamente que não cometerei determinado tipo de erros pois aprendi com as experiências, mas vou certamente inventar novas formas de errar e de fazer asneiras, tal pensamento diverte-me. É engraçado verificar que de uma forma ou de outra a arte esteve sempre presente ao longo destes anos, quer na escrita, pintura e na música.

Esta última com mais força do que qualquer outra. Por vezes tenho saudades de subir a um palco e tocar, há coisas que nunca se perdem e eu sempre adorei o palco. Algo constante na minha vida foram as guitarras, sempre tive guitarras por perto desde que me conheço e o fascínio nunca esmoreceu. Actualmente possuo 13, as mais importantes ou com maior significado, são as minhas meninas, cada uma tem nome próprio. Mas de há vinte anos para cá a Lady DY, a minha guitarra amarela, tem sido uma companhia constante quer no palco, em estúdio ou em casa. Mais antiga que ela só uma guitarra clássica Francisco Sanchez de Badia, La Bella, nela escrevi dezenas de canções. Mas para terminar este post, resta-me dizer que vivi meio século de fragmentos que construíram uma existência, cada pedacinho é um mundo imenso, cada mundo constitui o meu universo. Quanto ao resto, para as coisas menos boas tenho uma frase que repito sempre: Dói mas não mata! E no que respeita a tudo o resto a minha máxima é: Nada é superior à minha vontade!


A todos que contribuíram e contribuem para esta existência tão rica o meu muito obrigado por fazerem parte da minha vida. Espero que quando chegar aos 100 ainda vos tenha a todos comigo.

7 comentários:

Anónimo disse...

antes/depois

sem comentar o conteúdo, porque sou suspeita, ocorre-me dizer que o que perdeste em massa capilar ganhaste em massa cinzenta!

beijo carinhoso da tua fâ nº1, de antes e depois...

daqui para a frente não conta :0)


Kusca

Anónimo disse...

olá
não ligues à tal de Kusca, eu gosto mesmo é de ti com cabelo de afgão, comprido. odeio quando temos de ir à tosquia. até de pêlo razo ficamos parecidos, tu e eu. somos almas gémeas censuradas.

slap's
Marla

Maria Cristina Amorim disse...

A vida é linda, e nós vimos a este mundo para sermos felizes.
Beijos.

CAP CRÉUS disse...

Espirito positivo e venham mais 50!
E sempre com um brinde aos ausentes!
Abraço

CAP CRÉUS disse...

É olhar em frente sem medos, ou pelo menos devemos tentar!
Um abraço

Maria Cristina Amorim disse...

Olá,
passou-se o dia 18, e eu esqueci-me de ti.
Não tenho perdão , mas mesmo assim venho dizer MUITOS PARABÉNS QUERIDO AMIGO venham de lá outros tantos, carregadinhos de guitarras amarelinhas e consertos magnificos.
Que sejas feliz .
Beijos.

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado