domingo, 30 de setembro de 2007

O Juízo Final

Foi já há alguns meses que recebi este vídeo que aqui coloco… na altura passei-o para todos os que conheço porque achei importante que o vissem e divulgassem, para que seja denunciado o crime que as imagens mostram, apenas um dos muitos se atendermos ao massacre dos cães na Coreia e cães e gatos na China, mas atenção porque recentemente existiu um massacre semelhante, muito embora de menores proporções, de pequenas baleias e golfinhos bem aqui na Europa mais concretamente na Dinamarca.
Este vídeo marcou-me para sempre e ainda hoje dou por mim a recordar fragmentos das imagens que vi. Ainda ecoam nos meus ouvidos os gemidos de dor dos pobres animais a serem massacrados num imenso sofrimento. Os culpados? Aqueles que se apelidam a si próprios de humanos.
Nós somos os maiores, mais poderosos e impiedosos predadores que se conhecem. Nós, os seres humanos, não nos detemos perante nada para alcançar um qualquer objectivo desde que este simbolize poder. Vivemos constantemente em busca de dias melhores e cada vez no enterramos mais. A globalidade está a entrar pela nossa porta dentro e nada podemos fazer para o evitar, amanhã não muito longe seremos todos um só povo e uma só raça. É um facto que as consequentes misturas de povos darão origem a uma única raça mista e que num futuro próximo as fronteiras terão que ser banidas face ao aumento da densidade populacional. Tudo está em mudança e não necessariamente para melhor. Vivemos mais anos, temos melhor apoio à saúde mas vamos ter que trabalhar mais anos escravizados pela sociedade em que nascemos sem que tivéssemos pedido para tal. Nascemos escravos no imediato e os meios de libertação possíveis são adquirir poder seja a que preço for e aí fugimos ao sistema. Basta que sejamos políticos ou milionários e já obteremos uma boa quota de liberdade.
Fui educado na religião católica que questionei amplamente desde tenra idade. Descobri-me cristão (que não é o mesmo que católico), estudei o oculto e as artes adivinhatórias. À medida que avançava nos meus estudos aproximei-me de outras religiões e crenças, delas bebi ensinamentos e cultura. Hoje coloco tudo isso em causa. E se não passasse tudo de uma grande mentira? E se na verdade não existe qualquer propósito divino? Imaginemos que somos uma espécie que evoluiu tal como todas as outras mas com capacidades que nos permitiram distanciar das demais. Afinal não seremos nada divinos. Imaginemos que o universo é uma força viva capaz de gerar vida e de se reinventar de rejuvenescer e que cada um de nós faz parte do processo regenerativo – quando nos cortamos abre-se uma ferida que deita sangue. Gradualmente a ferida sara, a pele regenera-se e a ferida desaparece – seremos todos nós células regeneradoras do universo? Teremos inventado os deuses para explicar o então inexplicável? Santos somos todos e também diabos. Temos o melhor e o pior em nós.
Muita gente perguntará então e o juízo final? A resposta parece-me óbvia: quando esgotarmos os recursos de que o planeta dispõe em especial a água tão necessária a todos os organismos vivos o que acontecerá? Esse será o julgamento final. Nessa altura, se não tivermos encontrado alternativas todos seremos condenados pelo que fizemos ao planeta em que nascemos e pagará o justo pelo pagador dirão vocês: o que uns fazem os outros permitiram e vice-versa logo a culpa é e será sempre de todos nós.
Não pretendo dar uma visão pessimista das coisas mas vejo-nos a caminhar a passos largos para um caminho sem retorno e as nossas preocupações maiores vão para o consumo, enquanto o resto nos passa ao lado. Todos temos que mudar e mudar alguma coisa para que reste algo para deixarmos aos nossos filhos e netos.
Deixo-vos este vídeo que tanto me impressionou e continua a impressionar. Sofro desde que o vi e sinto lágrimas de revolta nos meus olhos e espinhos que se cravam como punhais na minha alma. Em face disto sinto-me pequenino, indefeso e inseguro quanto a ser chamado de humano. Seremos dignos de tal nome?
Felizmente muitos de nós já mudámos ou estamos a mudar só espero que não seja tarde demais.







quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A namorada que eu queria...

Existem pessoas que apesar de apenas as conhecermos mediante a sua imagem e o seu trabalho acabam por constituir uma influência para nós. Temos o exemplo dos artistas de cinema ou os músicos e isto apenas para mencionar alguns. As suas influências podem ser simples referências ou até mais pronunciadas caso abracemos profissões semelhantes. A verdade é que todos temos um artista do qual gostamos e pouco importa porquê.
Eu descobri as Runaways por acaso num escaparate de uma discoteca que vendia LPs importados, isto em 1977. Confesso que o que me chamou a atenção foi ter na capa raparigas com guitarras e uma em particular, Lita Ford, usava o tipo de guitarra de que sempre gostei. O Lp intitulava-se Live In Japan e era uma pérola de rock feminino.
Carmelita Rossana Ford, mais conhecida como Lita Ford, nasceu em Londres a 19 de Setembro de 1958 mas ainda pequena emigrou com os pais para os Estados Unidos. Em 1974 com 16 anos de idade junta-se às Runaways como guitarrista, grupo em que permanecerá até ao final da banda que ocorre em 1979. O grupo recebeu sempre criticas negativas e nunca foi levado a sério: mulheres a tocar rock pesado na década de setenta? Só mesmo para rir pensavam os conservadores. Não esqueçamos que o rock mais pesado foi sempre de domínio masculino e isso ainda se verifica actualmente.

A carreira a solo de Lita inicia-se com a década de oitenta e os dois primeiros discos “Out For Blood” de 1983 e “Dancin’ On The Edge” 1984 passaram um tanto ou quanto despercebidos, isto até porque a guitarra estava na moda graças a Eddie Van Halen (Van Halen) e as estrelas das seis cordas eram cada vez mais e melhores. Aliás os anos oitenta foram prolíferos em guitarristas e também em fusão de diversos estilos musicais com o rock mais duro, exemplos disso são o trabalho de Randy Rhoads com Ozzy Osborne uma perfeita mistura de música clássica com o rock, levados ao expoente máximo por Yngwie J, Malmsteen. A juntar a tudo isto temos um emergir de novos grupos em todos os estilos e géneros.

É óbvio que uma mulher roqueira a solo passava quase despercebida. Mas os anos oitenta foram também o despontar de mais mulheres para o rock e em breve Lita já não era a única. Mas entre 84 e 88 Lita Ford passou um mau bocado e foi sobrevivendo à custa de diferentes empregos que não na música. Tendo como manager Sharon Osbourne (mulher de Ozzy) Lita Ford edita “Lita” 1988 e começa aqui o período de maior sucesso para a guitarrista/vocalista.
Depois de alguns relacionamentos conturbados Lita casou em 2000 com um músico e actualmente o casal tem dois filhos e disfruta de uma calma vida em família, mas quem sabe se Lita ainda volta à estrada?

Confesso que Lita inspirou o meu conceito de mulher. Eu queria uma namorada que fosse como ela que tocasse guitarra e cantasse, tivesse uma voz rouca e sensual, não precisava de ser loura e preferencialmente inteligente. Tinha que gostar de rock. Moral da história: nenhuma das minhas namoradas ou ex-mulheres corresponde ao que eu idealizei, nenhuma tocou guitarra e nenhuma tinha voz rouca. Na verdade Deus pôs-me cá para gozar comigo só pode!

Discografia de Lita Ford
1983 Out For Blood
1984 Dancin' On The Edge
1988 Lita
1990 Stiletto
1991 Dangerous Curves
1992 The Best Of Lita Ford
1993 Greatest Hits
1994 Black
2000 Greatest Hits Live!
2001 Kiss Me Deadly
2004 Platinum & Gold Collection











segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ai se o Diabo fosse assim...

Imaginem que estou este Domingo no trabalho, tranquilamente atarefado a fazer zapping na TV, quando para meu espanto verifico que o filme em exibição, pela milionésima vez, na TVI é Bedazzled ou a “Sedutora Endiabrada” em português. Trata-se de uma comédia suave cujo tema central é o celebrar de um pacto com o diabo e no que tal acto pode implicar.
Em traços sucintos e para quem ainda não viu o filme, Elliot (Brendan Fraser) é um jovem introvertido, solitário, carente e um pouco idiota que está apaixonado por uma colega da empresa onde trabalham. Ele mal dirigiu a palavra à jovem Ashley (Sarah O’Connor), mas mesmo assim acalenta o sonho de andar com ela. Para complicar tudo isto o diabo (Elizabeth Hurley) que anda à cata de almas para corromper (que mais sabe fazer o diabo?), resolve meter-se de permeio fazendo do jovem a sua vítima. O resto se querem saber vejam o filme. Quero apenas dizer que é um das minhas comédias favoritas, até tenho o original e tudo, isto por causa dos ingredientes: um otário bem intencionado (há sempre um!), uma donzela insonsa (há demasiadas também) por quem o herói sempre se apaixona, um grupo de colegas chatos e mais idiotas do que o herói e… e um diabo que é demais! Tem tudo o que um homem pode desejar e no sítio certo. Veste bem, é requintado, sedutor e até tem um Lamborghini Diablo (vejam o vídeo que coloquei no fim). Sou fã, sou fã e acabou-se. Um diabo como a Hurley levava-me para o inferno desde que nasci até por toda a eternidade (babem-se invejosos!).

Agora mais terra a terra. O que é que tem a Liz Hurley que me atraia sem ser neste desempenho? Quase nada. Tem sim um nariz arrebitado que adoro em qualquer mulher e uma voz quente e sensual. O ar de malícia/inocência faz parte do guião do filme a verdadeira Liz tem um ar bastante insonso (opinião minha, claro). Pessoalmente gosto de mulheres que tenham um não sei quê de diferente (gostaram desta definição?). Por um lado aprecio mulheres como Meg Ryan, Nicole Kidman ou Sandra Bullock (nariz arrebitado!), mas sinto-me atraído por mulheres com uma aura de mistério como Sigourney Weaver, Meryll Streep, Winona Rider, Daryll Hannah ou mesmo Demi Moore. O melhor é nariz arrebitado, voz ligeiramente rouca e muita sensualidade como tem Ellen Barkin (Oceans 13th, Switch). Aliás, de todas as que mencionei Ellen seria aquela que me levaria ao altar, tem tudo o que eu gosto, nariz, sensualidade, voz rouca, enfim um caso sério de mulher. Apesar de estar loura desde 1991 altura em que fez Switch – Na pele de uma loura - ela é na verdade morena e fantasticamente atractiva, na minha opinião.
Regressando um pouco ao motivo deste post, o filme da TVI só posso dizer que se o Diabo fosse aquela Liz Hurley que aparece ali eu estaria no inferno desde que nasci e ninguém me arrancaria de lá pelo resto da eternidade tal como afirmei anteriormente. Resta-me acrescentar que apesar de tudo eu não trocaria a Hurley por uma vulgar prostituta como o fez Hugh Grant vá-se lá saber porquê.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Saluki - Uma pérola das Arábias

O Saluki é originário da Pérsia, muitos afirmam que resultou, provavelmente, de antigos cruzamentos entre galgos egípcios e asiáticos, mas nada existe que prove esta teoria.
Em termos de aparência pode dizer-se que a sua altura varia entre 58-71 cm e o peso oscila entre 13-25 kg. O Saluki assemelha-se ao galgo afegão só que com menos pêlo. Cabeça longa e estreita que vai ficando mais fina até ao nariz. Os olhos são grandes e brilhantes, castanhos, de expressão doce e meiga. As orelhas pendente com pêlo abundante, corpo alongado e esguio, cauda baixa e ligeiramente curvada. O pêlo é liso e sedoso, mais abundante nas orelhas e na cauda. As cores reconhecidas são: branco, creme, fulvo (raiado), dourado, vermelho, cinza, e tricolor (branco, preto, creme). Estas cores podem ser com manchas ou sólidas.

O Saluki possui um temperamento afectuoso, delicado e sensível, índole tranquila e serena, um excelente cão para companhia de crianças. Tudo isto não obstante da raça reter ainda as qualidades dos cães de caça à vista. São cães inteligentes e que aprendem rápido mas também rapidamente se aborrecem com a repetição e por isso qualquer treino deve ser praticado por sessões curtas e rápidas para além de variadas sempre com algum tipo de incentivo.
Apesar de ser um cão que necessita de exercício regular pode perfeitamente viver num apartamento comportando-se exemplarmente. Norma geral não ladram nas podem fazer uma enorme cantoria de cada vez que pressentirem algo errado ou quando os donos se ausentarem por períodos muito longos. São cães independentes que precisam do seu espaço, um sofá ou uma cama dos donos resolve o problema.
Como nota final saliente-se é preciso um certo cuidado em juntar um Saluki com animais mais pequenos do tipo um gato. Não por agressividade, mas tratando-se de um cão de caça, no entusiasmo de uma brincadeira pode ocorrer um acidente que magoe o gato seriamente. O ideal seria juntar o gato e o cão em bebés e aí terão dois companheiros para a vida inteira.
No Médio Oriente, o Saluki é considerado uma dádiva de Alá, um cão utilizado pelas tribos berberes nómadas para caçar. Com o desaparecimento dos nómadas a raça tem vindo a desaparecer e ao contrário do seu primo afegão, o Saluki não mereceu tanta atenção por parte dos ocidentais e isso está a ser fatal para a continuidade da raça. Apesar dos continuados esforços de inúmeras organizações internacionais e de muitos aficionado da raça, a verdade é que será preciso fazer mais para salvar o Saluki da extinção nos próximos anos.
Aqui ficam alguns sites onde podem saber mais sobre estes magníficos cães e talvez até ficar com um.
http://www.arabiansaluki.ae
http://www.salukiofarabia.com

domingo, 2 de setembro de 2007

Prioridades de uma vida incompleta...

Há muitos anos a música era a minha primeira prioridade. Eu vivia música, respirava-a e não pensava em praticamente mais nada. As guitarras, os discos de vinil (imensos), Cds e vídeos. Gastei fortunas em todas estas coisas. Eu não parava um segundo e tudo ia dar à música. Esta era a minha vida, pelo menos a que escolhera. Numa determinada fase ou em várias foi o ser músico a tempo inteiro, a agitação, as noitadas, programas de TV, espectáculos… um corrupio de quem corre por gosto não cansa.
Os anos foram passando e a vida trouxe muitas coisas, umas boas e outras nem por isso, alguns desencantos e as minhas prioridades mudaram. A música deixou de ser uma delas em definitivo. Regra geral só escuto música quando vou no carro e a rádio está a tocar, raramente pego numa guitarra a não ser para lhe limpar o pó e quanto a espectáculos pouco ou nada penso nisso. Por vezes tenho lampejos de voltar a tocar e até crio algum entusiasmo para um eventual regresso, mas é efémero pois logo de seguida arrefeço quanto ao assunto.
Uma determinada fase da minha vida, um espaço de tempo, roubou-me mais do que eu pensava e deixou-me quase vazio. Entrei em reclusão por vontade própria e nela me mantenho, fico aqui no meu canto, entre as coisas que me são queridas e não me apetece sair. Opções…
Hoje procuro recordar neste post alguns discos que me fizeram ser músico e que me influenciaram pela vida inteira: Kiss Alive II, uma experiência que até me ajudou a começar a cantar. Judas Priest Unleashed In The East Live, o meu visual enquanto músico nasceu deste disco. Ted Nugent Double Live Gonzo, a loucura total. Peter Frampton Comes Alive, ainda o acho belo como da primeira vez. Pink Floyd Dark Side OF The Moon, uma pérola eterna. Eagles Hotel Califórnia, palavras para quê? Lynyrd Synyrd mostraram-me o Southern Rock, fiquei fã e adoro todos os álbuns. Thin Lizzy Live & Dangerous não tenho palavras. Eric Claptom, uma influência e este Just One Night é o meu favorito de sempre.
A par com os discos também existem músicas que mexem comigo desde que as ouvi pela primeira vez: Addicted To love de Robert Palmer, Nottin Compares 2 U de Sinead O’Connor, You Can LeaveYour Hat On de Joe Cocker ou Purple Rain de Prince. São músicas de referência para mim.
No que respeita às muitas músicas que toquei, existe uma tocada nos concertos do Tó Neto que é uma versão do “Mama” dos Génesis. Deixo-a aqui em vídeo extraído de um espectáculo que fizemos para a RTPi. Se tiverem pachorra para o ver talvez gostem. O que me fascina nesta música é que ela é tão completa que eu tive que usar de muita subtileza para enquadrar a minha guitarra no contexto recorrendo a notas em lugar de acordes na maior parte da canção. É óbvio que tem uma parte com acordes e dois solos, mas no global tudo resultou muito bem tendo em conta que somos apenas um trio a tocar.