domingo, 7 de junho de 2009

Um Amor Nascido No Céu


Olá a todos meus amigos.
Durante muito tempo estive afastado deste espaço, não por não te nada para contar, antes pelo contrário, mas a verdade é que tenho tido bastantes coisas para fazer e também porque a minha vida está em mudança para melhor. Tenho muito para escrever, mas hoje senti a necessidade de vos contar a coisa mais bonita que me aconteceu e de forma totalmente inesperada. Trata-se de uma história de amor… não uma qualquer e vulgar história de amor repleta de banalidades comuns a quase todos nós, mas uma que envolve diferentes tipos de sentimentos e todos eles são formas de amor, simples, puro, genuíno e sublime até…

Um dia, 15 de Fevereiro de 2009, recebi um e-mail de uma desconhecida que assinava Lara, a propósito do que escrevi no meu blog sob a eutanásia e partida do meu amado Bahari. Também ela perdera não há muito tempo, o seu menino, o Óscar, um arraçado de afegão com uma personalidade muito especial que fazia dele único e insubstituível.
Curiosamente, soube mais tarde, a Lara achou que eu nem sequer responderia ao mail, mas enganou-se. Era impossível para alguém como eu não responder aquele mail tão bem escrito cheio de carinho e sensibilidade, claro que respondi. A partir desse mail nunca mais parámos de nos corresponder e diariamente era mail par lá e mail para cá. Falávamos de tudo um pouco e não tardou que trocássemos músicas e criássemos afinidades confessando episódios da nossa vida. A verdade é que já não passávamos sem nos escrevermos. Um dia mandei-lhe o meu número de tlm e ela deu-me o dela. Claro que não tardou que lhe enviasse uma mensagem e ela respondeu… o resto adivinha-se, não mais parámos.
Curiosamente nunca nos deixámos de tratar por você e procurávamos respeitar o espaço um do outro o mais possível, mas era inegável uma atracção crescente entre ambos. Ela conhecia bem o meu aspecto vira as fotos e vídeos no blog, eu dela só podia tentar imaginar como seria. Um dia mandou-me umas fotos minúsculas que nem com uma lupa se viam bem e ainda por cima tinham mais de 10 anos. Era cautelosa a pequena e não dava ponto sem nó. Mas a verdade é que depreendi pelo que escrevia que se tratava de uma pessoa madura, mas divertida, inteligente, sensível, meiga e extrovertida. Aos poucos ambos sentimos que o interesse era recíproco e entrámos num doce jogo de toca e foge, atirar o barro à parede e malícia deliciosa e tão doce e pura quanto dois adolescentes podem ter. Acreditem ou não apaixonámo-nos.
Acreditam que se pode sentir saudades de alguém com quem nunca estivemos fisicamente? Pois acreditem que podem sentir-se sim, nós sentimos….



No dia do meu aniversário, 18 de Março, à meia-noite tive um telefonema surpresa… foi aí que ouvi pela primeira vez a voz do meu amor e fiquei maravilhado. Tem uma voz bonita e viva com um sotaque delicioso, ela é do norte. Encheu a minha noite de luz. Depois desse telefonema continuámos a falar pelo tlm, aliás, um dia eu liguei-lhe de surpresa e segundo ela me disse deixei-a “Petrificada” com o som da minha voz à qual ela não estava ainda habituada. Desde então, tlm, sms e mail eram o nosso contacto e já não restavam dúvidas que mexíamos um com o outro e fortemente.
No dia 29 de Março fui para Frankfurt em trabalho só regressando a 4 de Abril e tudo se precipitou… as saudades apertaram e a ansiedade era grande de parte a parte, alguma angústia até. Aí já ela me mandara fotos eu já sabia como ela era em termos de aspecto físico, um anjo! Linda de morrer, elegante e com bom gosto, nada nela é vulgar. A Lar é uma daquelas mulheres a que nenhum homem fica indiferente. É bonita e é vistosa, mas essencialmente tem aquele toque especial que se sente e que a destaca onde quer eu ela esteja. Mas acima de tudo é um ser humano fantástico e uma pessoa maravilhosa e isso é sem dúvida um dos seus maiores tesouros. Fora isso é espontânea, honesta, sincera, divertida e num corpo de mulher habita uma doce e terna alma de menina, um sorriso franco e uns olhos que me encantam.
Foi a Lara que criou a situação de mal eu regressasse nos encontrarmos e conhecermo-nos pessoalmente. Esse encontro aconteceu numa sexta-feira 10. Lembro-me que estava em pulgas para chegar mas ao mesmo tempo tinha algum receio pois não sabia como ia ser… cheguei à estação do comboio e o coração batia mais depressa, mas em vão pois ela não estava lá, atrasou-se. Vi-a chegar ao longe e senti, soube que era ela mal a vi. O encontro foi discreto mas efusivo, afinal estávamos na terra dela e convinha moderação. Daqui em diante o que vos posso dizer é que todos os segundos foram únicos e especiais, nada planeado tudo de improviso em consonância com o que sentimos. E foi mágico, continua a ser. É como se sempre nos tivéssemos conhecido, tudo perfeito inolvidável. Depois tivemos e temos muito mais momentos, ela veio a Lisboa conheceu a minha família, os meus filhos, os meus amigos, eu quando vou para lá sou mimado por ela e pela mãe dela que é um doce de senhora, super divertida e que faz umas sobremesas de cair para o lado. Gradualmente tudo se foi encaminhando para um fortalecer do relacionamento e o que era impensável passou a possível e esperamos em breve já estarmos juntos a tempo inteiro mal consigamos resolver alguns detalhes…
Tenho muito mais que poderia contar, coisas giras, lamento não colocar fotos da Lara mas ela tem direito à sua privacidade que tanto preza, mas o que quero realçar é que tudo isto é que o amor surge de onde e quando menos se espera e no nosso caso os nossos meninos viajaram para o céu, encontraram-se quando já eram duas estrelas a brilhar no firmamento e enquanto corriam livres pelo universo resolveram juntar-nos, a mim e à Lara, pois que conhecendo-nos bem sabiam que seríamos bons um para o outro. Ficam umas fotos deles e da mesa que improvisámos para o jantar do último dia da primeira vez em que estive no norte. A mesa tem 2 velas, eu e a Lara, no centro um castiçal com uma estrela de união que é o Óscar/Bahari, o branco é a pureza dos nossos sentimentos e a luz o nosso amor puro e sublime. Sou muito feliz!
Como nota de curiosidade deixo-vos que não obstante o encontro e envolvimento físico eu e a Lara continuávamos a tratar-nos por você e só a muito custo e com algum esforço cheio de gargalhadas à mistura lá conseguimos tratar-nos por tu! Até nisso tudo foi diferente do que até então nos tinha acontecido. Um amor planeado no céu pelas duas nossas mais queridas estrelas… Óscar, Bahari!... onde quer que estejam riam-se seus patifórios da partida que nos pregaram ha ha ha!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Não fugi em breve dou notícias

Meus amigos
Tenho andado bastante ocupado, mas não esqueci este canto em breve colocarei um novo post ou dois, pelo menos o do aniversário é de certeza, mas isso só acontecerá quando eu voltar da alemanha onde vou estar na próxima semana na Frankfurt Musik Messe ProLight & Sound, feira internacional de som, iluminação e intrumentos musicais.
Até lá fiquem bem

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Meio século de fragmentos do meu universo



Estou já a menos de um mês de atingir a bonita idade de meio século. É curioso que não me sinto com essa idade. Estou como me disse o meu amigo Sammy Hagar “um corpo de 50 com uma cabeça de 20”. Acho que a idade está no espírito, na forma como vivemos e encaramos a vida. Sofrer todos sofremos, poderia dizer que uns mais do que outros, mas quando colocamos as coisas em perspectiva, verificamos que o que nós sofremos dói muito mais do que o sofrimento dos outros, por muito pior que seja. Olhando para trás, não com nostalgia mas com satisfação, apercebo-me de que ainda não consegui atingir alguns dos meus objectivos ou realizar certos sonhos. Ainda não tenho um Lamborghini Diablo Roadster, Nem o Hummer H1 e mais umas quantas coisas fúteis mas agradáveis de ter. Mas em contrapartida tive montes de guitarras diferentes com as quais me diverti e me proporcionaram momentos únicos inolvidáveis. Recapitulando cada período da minha vida descobri que fiz milhares de amigos e vivi imensos romances ternos e genuínos. Exceptuando dois ou três casos, estou profundamente agradecido a todas as mulheres que passaram na minha vida. Aprendi muito com todas elas e independentemente do tempo que essas muitas ligações duraram, a verdade é que as amei e por elas me senti amado. Onde quer que estejam fisicamente, estão aqui guardadas no meu coração. Deus deu-me o que pedi, dois filhos. Sempre quis um rapaz e uma menina, assim aconteceu. O meu filho fará no dia 14 de Março 26 anos, continua a ser o meu menino e sempre o será. A minha filha Susana é mais um motivo de alegria, apesar de estar naquela fase complicada dos dezasseis anos, mas é a minha menina reguila. Depois vêm os meus familiares, mãe, irmãos, a minha amiga e cúmplice Kuska e os meus dois cães, os meus meninos, neste momento só o Ikbal está presente fisicamente, mas o meu Bahari está colado à minha alma como um anjo que vela por mim. Por vezes estamos um tanto ou quanto separados pela distância, mas sempre perto. Finalmente os meus amigos, são muitos mais do que eu próprio imaginava ou pensaria ter. Uns já me acompanham há alguns anos, muitos até, outros são mais recentes, mas todos eles são iguais para mim, são os meus amigos e sinto orgulho por ter a amizade deles. Só tenho pena de nãos os poder reunir todos no jantar que vou fazer para assinalar a data, mesmo assim seremos bastantes.
Durante todos estes anos de vida fiz muitas coisas, viajei imenso, conheci celebridades, tive os meus momentos de fama e na verdade trilhei o meu próprio caminho “I did it my Way”. Quantas pessoas tiveram a oportunidade de fazerem o que queriam? E quantas o desejam fazer e aguardam que a oportunidade apareça? Pois é meus amigos só tenho que agradecer todas as oportunidades que tive e que aproveitei. Se calhar deveria de ter-me concentrado numa só actividade, mas isso era impossível para um espírito irrequieto como o meu fosse para onde quer que fosse. O mundo era meu, tinha que andar. Correr, viver, experimentar, fiz tudo isso. Mas agora que cheguei até aqui descubro que ainda tenho muitas coisas que quero fazer, objectivos para atingir, momentos para viver e aproveitar melhor o tempo e as vivências pois a experiência é maior. Erros? Cometi muitos e alguns paguei-os bem caro, mas o que me diverte é o saber que vou continuar a errar e a fazer asneiras como qualquer pessoa normal. Certamente que não cometerei determinado tipo de erros pois aprendi com as experiências, mas vou certamente inventar novas formas de errar e de fazer asneiras, tal pensamento diverte-me. É engraçado verificar que de uma forma ou de outra a arte esteve sempre presente ao longo destes anos, quer na escrita, pintura e na música.

Esta última com mais força do que qualquer outra. Por vezes tenho saudades de subir a um palco e tocar, há coisas que nunca se perdem e eu sempre adorei o palco. Algo constante na minha vida foram as guitarras, sempre tive guitarras por perto desde que me conheço e o fascínio nunca esmoreceu. Actualmente possuo 13, as mais importantes ou com maior significado, são as minhas meninas, cada uma tem nome próprio. Mas de há vinte anos para cá a Lady DY, a minha guitarra amarela, tem sido uma companhia constante quer no palco, em estúdio ou em casa. Mais antiga que ela só uma guitarra clássica Francisco Sanchez de Badia, La Bella, nela escrevi dezenas de canções. Mas para terminar este post, resta-me dizer que vivi meio século de fragmentos que construíram uma existência, cada pedacinho é um mundo imenso, cada mundo constitui o meu universo. Quanto ao resto, para as coisas menos boas tenho uma frase que repito sempre: Dói mas não mata! E no que respeita a tudo o resto a minha máxima é: Nada é superior à minha vontade!


A todos que contribuíram e contribuem para esta existência tão rica o meu muito obrigado por fazerem parte da minha vida. Espero que quando chegar aos 100 ainda vos tenha a todos comigo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vampiros Emocionais - Parasitas da Alma

A propósito de algo que me aconteceu, pelo menos duas vezes com pessoas diferentes mas com características comuns, criando-se relações de uma certa dependência e nas quais fiquei completamente esgotado em termos de energia e um pouco à deriva. Seguindo o conselho de amigos que me ajudaram a ver para além da ilusão e me mostraram o estado em que me encontrava, decidi procurar respostas, não só para o meu comportamento, mas também para o facto da permissividade que deu origem a tais relacionamentos. Apesar da pesquisa que fiz e do muito que li sobre este assunto resolvi sintetizar o mais possível e centrar-me nas minhas próprias experiências e nas de outras de pessoas que conheci e que por elas me foram relatadas. Hoje muitas coisas fazem bastante mais sentido do que anteriormente, mas de qualquer modo, o tema Vampiros Emocionais é muito mais vasto do que abordo aqui e por isso no final, recomendo um livro que, melhor do que tudo o que escrevo aqui vos poderá elucidar sobre este tema e ainda um site de um psicólogo que sintetiza na perfeição aquilo que acontece a quem passa por estas experiências. No entanto, apesar de tudo reconheço que somos nós que nos deixamos seduzir e abrimos as portas para o vampiro entrar.


A minha amiga Kuska trouxe-me uma revista feminina na qual leu um artigo que lhe despertou o interesse e lhe pareceu relevante para o meu caso e até para outros que conhecemos. O artigo é sobre Vampirismo Emocional, algo de que eu nunca ouvira falar até ali. Por esse artigo compreendi muitas coisas e percebi muitos dos porquês da minha conduta, não obstante as duas relações problemáticas que tive, terem um intervalo de 7 anos. Uma ocorreu por volta de 2001 e outra começou em 2008 e terminou já em 2009. A verdade é que o dito artigo me apontou vários cenários que rapidamente reconheci e mostrou-me porque tais situações aconteceram. Pelo que li e pela informação que recolhi posteriormente, fiquei a saber que todos nós num determinado momento podemos ser “vampiros emocionais” sem que haja nisso patologia, simplesmente vamos buscar apoio e energia quando nos sentimos em baixo ou desejamos muito algo que alguém nos pode proporcionar, nem que seja ouvir-nos relatar as nossas pseudo desgraças momentâneas. Não existe nada de mal nisso, faz parte do intercâmbio, do relacionamento entre pessoas. Mas a coisa fica mais grave quando nos deparamos com pessoas que são exímias em roubar energia aos outros e o fazem sistematicamente de forma um tanto ou quanto premeditada e sem qualquer espécie de escrúpulo. Atenção que tais pessoas são doentes e muitas das vezes nem têm consciência de que o estão a fazer. Mas quem são estes “vampiros” e de que tipo? O psicólogo americano Albert Bernstein definiu no seu livro Vampiros Emocionais (editado em português do brasil pela Campus), os tipos mais comuns destes parasitas da alma que nos sugam a energia.

Nem sempre é fácil percebermos que estamos a ser vítimas de um vampiro emocional pois eles exploram as nossas fraquezas de forma hábil e só muito tarde nos apercebemos que estamos a ser sugados. Segundo Bernstein as principais vítimas destes sugadores de energia inserem-se em duas categorias:
1 – Pessoas susceptíveis aos altos e baixos da vida e extremamente sensíveis ao que os rodeia e ao sofrimento alheio;
2 - Pessoas com uma enorme energia positiva, do tipo que oferecem ajudam sem esperar nada em troca.

Se compreendermos bem estes dois conceitos e formos suficientemente honestos para nos identificarmos com uma destas duas características, ou mesmo das duas, estaremos a iniciar um processo gradual de defesa e imunização a tais parasitas. Mas saliento que, em qualquer das categorias somos um forte apelo para qualquer vampiro emocional experiente, ele reconhecer-nos-à de imediato e quanto mais experiente ele for, mais rapidamente tudo fará para não nos deixar fugir. Quando um destes “vampiros” encontra uma vítima não deixará que a pessoa se afaste, mantê-la-à presa até conseguir fazer de nós os seu vício. Um dos métodos mais comuns é repetir continuamente o que ele supõe ser o que nos atraiu até ele. Esta é uma das suas técnicas. A verdade é que sem nos darmos conta convidamo-lo e entrar na nossa vida e ele instalar-se-à nela aproveitando-se ao máximo da nossa energia. Ele fará de nós o seu ídolo, o seu maior apoio, mostrar-nos-à quanto somos importantes para ele e que nunca ninguém antes de nós conseguiu tal empatia. Mais cedo ou mais tarde incitar-nos-à a realizar todos os seus anseios, em que nos incluirá obviamente, ao mesmo tempo que acabamos por o incluir nos nossos. Tudo parece perfeito, mas a verdade é que acabamos colocando sobre os nossos ombros um peso insuportável. Quando nos sentirmos orgulhosos de ser tão inexplicavelmente úteis e importantes, entramos na fase seguinte: dar sem receber nada em troca. As histórias variam de “vampiro” para “vampiro”, mas entre os traços mais comuns encontra-se o vitimizarem-se. Pais que não gostam deles, relações amorosas traumatizantes, etc, etc… Na verdade todos eles apresentam uma história que nos impele a sentir uns enorme simpatia por eles e a querermos ajudar, demonstrando que ainda existem boas pessoas. Pois é meus amigos, a verdade é que essas criaturas na realidade não querem nem a nossa ajuda, nem a nossa amizade, na verdade para eles nós somos apenas um alimento emocional que satisfaz a sua necessidade de sugar a nossa energia sem nada dar em troca. Acreditem ou não eles são exímios em explorar os nossos pontos frágeis e levarem-nos a acreditar através das palavras e mentiras que são a alma gémea porque tanto ansiámos. Inicialmente encantamo-nos, apaixonamo-nos e tudo parece um mar de felicidade, mas gradualmente tudo isso vai desaparecendo, começamos a andar ansiosos, aquela relação torna-se obsessiva, nada mais existe para nós que não seja aquela relação, aquela pessoa. Quem consegue libertar-se fica invariavelmente marcado pela intensidade da experiência, os que não se libertam vão sendo consumidos gradualmente e muitos destroem a sua vida em prol daquela relação doentia, alguns vão mesmo até ao suicídio.

Muitos de vós estarão a perguntar-se como é possível deixarmo-nos enredar numa relação desta natureza. O que acontece meus amigos é que estes “vampiros” são peritos em explorar todas as nossas fraquezas e não se poupam a esforços para nos manter sob controlo. Nessa falta de reciprocidade o vampiro emocional recorre frequentemente a elogios e agradecimentos, promessas; é até capaz de chorar fazendo-nos crer que somos únicos na vida dele e que jamais alguém tinha feito fosse o que fosse por ele, antes de nós aparecermos. Neste campo podem existir variações dependendo da pessoa com quem estamos a lidar. Mas pelo menos um ponto é comum: todas falam de projectos que querem realizar, muitas ideias, muita conversa, mas com o passar do tempo verificamos que nada fazem, a menos que nós criemos as condições para tal. Mais uma vez aqui podem existir variações tendo em conta as condições económico-sociais do “vampiro”. As fórmulas são variadas mas todas conduzem a um mesmo: fim cravar profundamente os caninos no nosso ego e alimentarem-se da nossa energia. Não esperem que um vampiro emocional tenha qualquer espécie de reconhecimento pelo que quer que seja que façam por ele. Por mais doloroso que isso nos possa parecer tais pessoas não reconhecem nada, não são capazes de o fazer. Para elas o único objectivo é alimentarem-se de nós a qualquer preço, mesmo que tenham que mentir descaradamente, tudo é válido para não nos deixar fugir.

Mas então e nós?
Por incrível que pareça, sem nos darmos conta entramos nesse tipo de relação e gradualmente sentimo-nos dominados mas impotentes. A verdade é que quase sem querer o vampiro torna-se tudo para nós, a nossa razão de existir, ficamos dependentes dele e nada mais conta. Claro que aqui a culpa é nossa pois deixámos que nos dominassem, mas acreditem que por vezes nem damos por isso. Noutros casos estamos permeáveis a que tal aconteça e só damos por isso tarde demais. Quanto tempo pode durar uma relação deste tipo? Depende muito da pessoa que está a ser sugada. Enquanto ela se deixar sugar o “vampiro” não a larga e mesmo quando tal pessoa começa a dar mostras de querer cortar a relação, o “vampiro” exercerá maior pressão, mas simultaneamente começa a preparar outra vítima, para o caso da que tem lhe fugir.

Não nos iludamos. Quando tiramos a máscara a um vampiro emocional ele não se verá tal e qual é. Tal como os vampiros mitológicos, a imagem destes vampiros emocionais não aparece no espelho, eles nunca se vêm como na realidade são. Quando descobrimos o que eles são na realidade nem sequer os podemos qualificar de maus, imaturos, frustrados, narcisistas, introvertidos muito embora aparentem o contrário por vezes criando uma imagem que projectam e que sabem ser atractiva para certo tipo de vítimas. A maior parte destes “vampiros” tem um temperamento ciclotímico com ciclos mais ou menos rápidos. Por não se conseguirem ver no espelho tal como são é impossível uma análise mais critica da sua parte.
Quando um vampiro emocional é desmascarado e lhe mostramos através das suas próprias palavras, documentos e demais evidências irrefutáveis, não esperem que ele se arrependa ou altere o seu comportamento. Pelo contrário, o “vampiro” quando é desmascarado ficará extremamente exasperado e inconsequente; apenas atrairemos a sua ira. Regra geral o “vampiro” sentir-se-à injustiçado e ao sentir que perdeu o controlo sobre nós passará a considerar-nos como mais uma das pessoas que lhe fez mal e que a iludiu. Nós seremos mais uma história que ele contará à próxima vítima distorcendo tudo pois é dessa forma que ele se vê. Na verdade não são pessoas más, apenas pessoas doentes que necessitam de ajuda especializada, mas à qual, na maior parte dos casos não recorrem pois não têm consciência de que estão doentes.

Quando passamos por experiências como estas, independentemente do tempo de duração e das consequências que tal relacionamento provocou, o importante é que tenhamos a coragem de lhe colocar um ponto final e afastarmo-nos imediatamente de tais pessoas. Quanto mais longe ficarmos do seu fascínio e das suas palavras hipnotizadoras mais rapidamente nos apercebemos da realidade e gradualmente vamos reconstituindo um puzzle que sempre esteve ali na nossa frente e não o conseguimos ver. Na maior parte dos casos durante este tipo de relação o “vampiro” menciona várias pessoas, mascara-as segundo a perspectiva que lhe interessa mais apresentar, mas se estivermos atentos verificaremos que de cada vez que o “vampiro” fala dessas pessoas muda sempre um detalhe ou outro e que aquilo não bate certo com o que nos dissera anteriormente. O ideal seria poder confrontar o ”vampiro” com anteriores vítimas, mas isso nem sempre é possível. Mas o importante é conseguirmos libertar-nos da sua influência e libertar a nossa mente dos conceitos que o “vampiro” instalou no nosso ego. Isto não é fácil e pode até ser doloroso durante algum tempo. Na verdade isto é como uma droga que nos vicía e que quando nos falta provoca ressaca. Mas acreditem que passa e com a ajuda do tempo e das pessoas que nos apoiam em breve estaremos recompostos. É importante procurar descobrir como e porquê nos deixámos subjugar daquela forma. Isto pode passar pela auto-análise, mas também pode ser necessário falar com um bom terapeuta que nos ajudará a identificar padrões que possibilitam a entrada de tais “vampiros” na nossa vida.
Entretanto, no meio disto tudo subsiste uma questão que é: o que acontece com o “vampiro”?
Muito embora a maior parte de nós nunca o chegue a saber a verdade é que privado da nossa fiel e constante presença o “vampiro” fica desesperado, mas jamais irá expor as evidências que nós constatámos e com as quais o desmascarámos. Depois de um breve período de calma e aparente desânimo o “vampiro” já estará em busca de nova vítima, se é que não tinha já uma em perspectiva e aí mais rapidamente recuperará da perda. Desiludam-se aqueles que pensem que o “vampiro” se lembrará deles. A única forma de que o “vampiro” se recordará de nós será para nos usar como referência para as suas lamentações sedutoras, com o objectivo de capturar mais uma temporária vítima.

Como inicialmente disse, quero terminar este post recomendando o livro Vampiros Emocionais, do psicólogo Albert Bernstein, editado pela Campus. Tanto quanto sei na FNAC está esgotado e o preço ronda os 26 euros.

Recomendo também o site do psicólogo Fernando Barnabé, PsicoAstro que de uma forma sucinta explica bem o que acontece neste tipo de relações. Aqui deixo o link

PS: Quero aqui salientar que os Vampiros Emocionais são pessoas verdadeiramente doentes e que não têm consciência disso. Não adianta sentirmos raiva ou qualquer animosidade contra eles caso tenhamos sido sugado por algum. O melhor é afastarmo-nos de tais pessoas e escolhermos ser felizes connosco para podermos ser felizes com os outros.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Março é o meu mês e de alguns amigos, o resto do ano é de todos!

A propósito do aniversário da minha querida amiga Ana Costa, a 5 de Fevereiro, lembrei-me de outros amigos, o Luis Atthouguia que faz anos a 23 de Fevereiro, para além de amigo é também o meu pintor favorito e em cuja obra busquei muita da minha inspiração quando me decidi a pintar. Mas ao pensar nisto ocorreu-me que logo a seguir entramos no mês de Março, o meu mês, mas também o mês de algumas pessoas que fazem parte da minha vida e são importantes para mim. Rapidamente comecei a lembrar-me de todos, muito embora faça aqui uma menção especial ao meu amigo, companheiro de projectos musicais, Álvaro M Rocha que também é peixinho mas prefere manter a data no anonimato, só que eu descobri que é a 24 de Fevereiro. Por isso a primeira da minha lista é a minha prima Ana Paula que faz a 6, segue-se uma outra amiga que vive em londres onde é jornalista, o seu dia é o 8, já não nos vemos faz muito tempo, mas para além da saudade recordo com carinho as reportagens que fizemos juntos. A pessoa que se segue na minha lista é especial pois somos inimigos de estimação desde sempre, há mais de 14 anos, mas amigos na verdade, mais ainda porque esta pessoa, para além das suas inúmeras qualidades e capacidade quer como pessoa quer como jornalista, esteve ao meu lado num dos momentos mais difíceis da minha vida, a morte do meu querido Bahari. Foi ela quem esteve comigo em todo o processo e me agarrou o braço transmitindo-me força, jamais o esquecerei, o dia dela é o 10 de Março (dia da Sharon Stone e Bin Ladden). Depois segue-se o 14, dia em que o meu filho nasceu e em que completa 26 anos, mais um motivo de grande orgulho e alegria. No dia 16 uma nova amiga que se revelou uma pessoa fantástica a Maggie. A 17 tenho a minha tia e depois a 18 é a minha vez, este ano é especial, talvez mais tarde vos conte porquê, por agora fica em segredo. Finalmente a não menos querida amiga SU que faz a 20, uma pessoa de que gosto bastante e cuja companhia é sempre agradável e a 23 de Março um grande amigo e companheiro de muitos anos nas muitas coisas que fizemos juntos, o grande Cameraman Metálico. Ao longo de todo o ano tenho vários amigos que fazem anos, uns tiveram um impacto mais profundo na minha vida do que outros por circunstâncias diversas, mas independentemente de tudo, a verdade é que a amizade se manteve assente nos valores essenciais: honestidade, respeito, nobreza de carácter. Em todos estes anos de muitas vivências e experiências posso considerar-me afortunado pois tive uma vida rica e preenchida, fiz praticamente tudo o que queria fazer e vivi o que muitos gostariam de viver. Também conheci pessoas menos boas e sem caráter, mas dessas mal me lembro já, foram apenas estranhos com quem me cruzei acidentalmente e de cujo encontro não ficou marca ou vestígio. Posso afirmar que Março é o mês em que mais pessoas minhas amigas fazem anos e por tudo isto acho que é o mês mais bonito do ano.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ana Costa, uma amiga e um talento sem limites

Hoje acordei e dei-me conta que é dia 1 de Fevereiro, a primeira coisa que me ocorreu foi que dentro de 4 dias uma das minhas melhores e mais próximas amigas faz anos. Em flashback revi todos os momentos desde que nos conhecemos... Já fez um ano, foi no concerto das Black Widows em 2008. Recordo-me daquela figurainha de boneca de porcelana que mais parecia uma bailarina do que a baterista da banda. Lembro-me de ter ficado deliciado com a energia e o feeling com que tocou todo o concerto e já fora do palco, pude observar que a energia ainda não se esgotara pois vibrava enquanto assistia ao concerto da banda seguinte. Só algum tempo mais tarde, quando decidi festejar o meu aniversário num palco, ao convidar a Sara Cardoso enviei um convite também para a Ana que ela aceitou. Quando os ensaios começaram criou-se de imediato uma enorme empatia entre mim e ela, passávamos o tempo a brincar um com o outro e também com o resto dos elementos e tornavamos cada ensaio numa festa. Foi daí que nasceu a amizade. Falávamos de imensas coisas, temos pontos em comum, a música, a escrita e a pintura, mas também imensas afinidades, um enorme carinho, nobreza de sentimentos e de carácter. Gradualmente fomos participando na vida um do outro enquanto amigos, falávamos imenso ao telefone, encontrávamo-nos quando dava pois ela tinha uns horários meio complicados. Ela mandava-me as coisas que escrevia para eu ler e dar a minha opinião e eu mandava-lhe as minhas, ainda fazemos isso. A escrita da Ana Maria é fantástica, não só escreve muito bem, como os seus textos estão impregnados de um sentimento vivo algo que nos chega bem dentro da alma. Tem alguns deles inseridos num livro de uma excelente fotógrafa e amiga a Ana Sottomayor, infelizmente por enquanto uma edição de autor. Mas quanto mais leio mais me apercebo da sua sensibilidade, na forma como interpreta os momentos e os transcreve para o papel prendendo-nos ao texto que lemos com entusiasmo do princípio ao fim. Durante o meu contacto com ela fiquei a conhecer alguns projectos no campo da música. Um desses projectos consistia numa banda de metal em que ela era a vocalista. Confesso que fiquei surpreendido. Juro que não estava a ver aquela figurinha doce de voz meiga a cantar. Mas lá combinámos uma ida ao estúdio de um amigo meu para ela colocar a voz em dois temas da tal banda. Bem quer acreditem ou não aquela garota, não obstante ser a primeira vez que entrava em estúdio para gravar voz, começou a revelar-se um diamante em bruto que poderia vir a ser um caso sério se quisesse enveredar por essa via. Ficámos maravilhados com a voz e com a interpretação e isto numa mistura simples e não numa produção mais a sério. Mas a verdade é que ela não só fez a voz principal como as segundas vozes e coros. Tudo isto num ambiente verdadeiramente fantástico de boa disposição. Aliás perto da Ana Maria é impossível estar-se mal disposto, ela tem uma alegria contagiante. Aliás lembro-me de uma tarde passada em casa da minha mãe que a adora, falámos, rimos e acreditem nenhum de nós tinha vontade que o dia acabasse. Recordo ainda uma noite em que eu, a Kuska e a Ana Maria fomos para a festa de comemoração da Visão, vocês podem não acreditar mas foi de loucos, tivemos até direito a aparecer na televisão.


Deixei para o final a parte mais relevante dos talentos da Ana Maria, a pintura. Na verdade a Ana Maria quer deixar a sua marca na pintura, é nessa área que ela concentra toda a sua atenção enquanto artista. Eu gosto dos quadros dela, transmitem-me sensações únicas e impressões profundas. Conforme o tempo foi passando pude assistir a uma evolução no seu estilo e uma busca por novas direccionalidades e motivos, ao mesmo tempo que assisti também a uma transformação na sua vida. A minha amiga Ana Maria conheceu o seu companheiro à distância, mas o seu sentimento foi crescendo e acabaram por se conhecer pessoalmente. Em poucos meses e várias estadias entre Portugal e França a minha amiga decidiu apostar no amor e por uma questão prática, tendo em conta que seria mais difícil para ele vir para Portugal sem falar nada de português, ela que já falava algum francês pegou na trouxa e zarpou para França, assegurando a possibilidade de ter que voltar caso as coisas pudessem não resultar. Felizmente resultaram e ela lá está feliz. Muito embora mantenhamos o contacto sintos saudades da ver e de estar com ela, espero em breve ter a oportunidade de a rever quando ela e o seu companheiro resolverem dar um pulo até cá. Poderia dizer muito mais sobre a Ana Maria, mas prefiro resumir tudo numa simples frase: é um dos melhores seres humanos que conheço.


Deixo-vos alguns dos quadros dela iniciando com um dos mais antigos, depois um que foi uma encomenda que acabou pouco tempo antes de decidir ir para França e finalmente um mais recente já pintado em França. Lamentavelmente não posso incluir aqui as gravações que fizemos no estúdio para apreciarem a sua belissima voz, os direitos das músicas pertencem a uma banda e não os posso usar sem permissão. Pode ser que um dia destes ela nos possa brindar com algo inteiramente seu já que o companheiro também é músico e toca numa banda. Até lá espero que a Ana tenha um grande aniversário e continua feliz como até agora. Se quiserem ver e saber mais sobre a Ana Maria visitem o seu Myspace em: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewProfile&friendID=339746377

sábado, 31 de janeiro de 2009

E SE? O Que fariam?

Pois meus amigos imaginem que descobri que muitas das coisas que nos acontecem na vida por vezes resultam da interrogação E SE? Rebobinando o meu filme do tempo e indo ao encontro de um passado recente, tendo em conta que em breve completarei mais um aniversário, no dia 18 de Março, procurei descobrir os meus E SE! Começando pelo início...

Um amigo meu que conhecera uns tempos antes do meu 49º aniversário, num jantar de bloggers, o Paulo Blade, também dava uns toques de guitarra e a afinidade foi imediata. Encontrámo-nos, ele esteve em minha casa e depois de umas guitarradas, ouvir músicas minhas e até ver alguns vídeos, ele disse-me que eu devia era voltar a tocar que era uma pena eu desperdiçar o meu talento. A Mesma opinião tem o meu amigo músico e produtor Álvaro M. Rocha com quem deixei um trabalho por acabar. Mas o facto é que foi o Paulo Blade quem me deu a ideia. Estávamos em Janeiro de 2008. Na verdade eu há mais de 6 anos que não pisava um palco. Uns dias antes da minha conversa com o Paulo eu fora assistir a um concerto das Black Widows uma fantástica banda feminina de metal. Desse concerto, não obstante serem todos fantásticos músicos, a verdade é que fiquei maravilhado com o trabalho da baterista Ana Maria e da baixista Sara Cardoso. Juntando tudo isto pensei E SE? Se melhor o pensei melhor o fiz, convidei ambas para me acompanharem num pequeno projecto, festejar o meu aniversário em palco. Rapidamente escolhi as músicas, juntei o meu ex-vocalista o Bruno Vale e o meu amigo Paulo Blade, Falei com o dono do Muralhas e o concerto aconteceu tal como contei num dos posts deste blogue. Mas mais do que isso, ganhei duas novas e sinceras amigas que são umas queridas, a Ana Maria e a Sara com quem mantenho contacto permanentes. Algum tempo depois do meu aniversário e por intermédio da Ana Maria conheci uma outra pessoa com enormes afinidades comigo e que em conjuntos nos estimulávamos mutuamente, nasciam ideias e fizemos várias coisas interessantes, muito embora a concretização estivesse muito mais a meu cargo, mas isso é outra história. Através dessa pessoa criámos em conjunto um MySpace cuja direccionalidade era ser um espaço para músicos e aspirantes a músicos. Graças a isso e por que a pessoa em questão muito embora goste de música e de guitarras, a verdade é que não percebe nada do assunto, aí eu comecei a elaborar textos que eram no fundo pequenos manuais com tudo o que era importante saber, em português e inglês, sobre guitarras. Tais manuais foram colocados no blog do dito Myspace e obtiveram alguns resultados imediatos.Aí surgiu mais um E SE? Na verdade era não ficar por ali e continuar a escrever sobre baixos, amplificadores, sitemas de PA etc. Por razões que não interessam mencionar aqui, a dada altura, resolvemos separar as águas e cada um seguir aquilo que achava ser o melhor para si. Resolvi criar o meu próprio MySpace cuja finalidade era dar continuidade ao que iniciara e vocacioná-lo para ser um espaço em que os músicos pudessem trocar informações, experiências e ensinarmos uns aos outros enquanto aprendiamos. Mas, ao mesmo tempo tinha falado da ideia com um director de um um grande grupo editorial que se mostrou interessado nos textos. E SE? repentinamente tal grupo editorial quisesse comprar todos os direitos dos textos e ainda mais alguns por uns milhares de euros? Bem o Myspace criado deixava de existir naqueles moldes e restava saber se valia a pena continuar e como. Resolvi terminar com o Myspace por uma questão de deixar de fazer sentido, sem os tais textos e também por falta de tempo para o alimentar com outro tipo de informação. Apesar de tudo e o mais engraçado é que através dessa tal pessoa conhecida minha com quem tinha feito o MySpace inicial, conheci outra pessoa com uma nobreza de carácter como é raro encontrar hoje em dia, a Sandra, que se tornou minha amiga. Logo percebi como é engraçado o encadear das coisas e como os E SE? podem mudar a nossa vida conduzindo-nos para novos caminhos. Durante o trajecto entre a data do meu aniversário e agora mudei de emprego, mais para a minha área, os instrumentos, mas as coisas não estavam a correr como eu esperava. Entretanto adoeci com uma depressão, o que me fez ficar em casa alguns meses e durante esse tempo acumular ainda mais tensões e ansiedades devido a uma determinada situação que se veio aprovar ser mais uma asneira, daquelas que fazemos quando nos deixamos seduzir pela ilusão, queremos acreditar nela e recusamos olhar a realidade. Aí pensei... E SE? Resolvi pedir alta, atirei-me ao trabalho com afinco e totalmente dedicado a conseguir dar a volta à questão. Acreditem que foi o melhor que fiz e foi o melhor remédio para a depressão e ansiedade. As coisas começaram a encaixar e a correr melhor em todos os sentidos. Mas ao longo de todo este processo contei com a ajuda de verdadeiros e sinceros amigos que não vou mencionar aqui pois eles sabem quem são. E no meio de tudo isto resta-me um E SE? Imaginem que me deixava abater, que me entregava à tristeza, ao sofrimento e a sentir pena de mim próprio. A Esta hora continuaria em casa encharcado em anti-depressivos e na mais completa apatia. Pois é meus amigos abençoados E SES? que a nossa vida nos vai colocando e que nos fazem tomar decisões e continuar em frente. Eu costumo dizer que todos nós temos um passado, momentos de alegria e de tristeza, enganos, desenganos, mas que apesar de algum sofrimento à mistura lá conseguimos ultrapassar até que as coisas menos boas se perdem na memória face ao que de bom nos vai acontecendo. O tempo é como um bálsamo para as feridas e uma porta para as coisas boas e também para os muitos E SES? de que se compõe a nossa vida. Abençoados E SE?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As coisas boas da vida

Olá amigos,
Certamente que muitos de vós ficareis surpreendidos que após prolongada ausência do vosso convívio que muito me apraz, e do qual já sentia a falta, depois de um post cheio de mágoas e tristeza, como o anterior, aqui esteja eu de novo a escrever. Pois é, ao fazer uma fazer uma análise a tudo o que se passou ao longos destes meses, descobri que também muitas coisas boas aconteceram e que por vezes, algo menos bom na nossa vida pode, de certa forma influenciar-nos a fazer coisas boas que nos deixam agradáveis recordações. Durante este longo período de sete meses acabei, de uma forma ou de outra de reencontrar velhos amigos, voltei a escrever um artigo para uma revista na qual tinha parado de escrever e com isso revi um músico velho amigo e com ele passei uns momentos agradáveis, o meu amigo Paulo Barros. Um excelente músico, guitarrista da banda Tarântula, foi sem dúvida um bom momento para recordar pois não o via há vários anos. Entrevistá-lo foi um prazer e na verdade foi mais uma conversa entre amigos do que uma entrevista. Ainda nesta linha e devido a uma revista também, a Arte Sonora participei num fantástico almoço como convidado e onde tive a oportunidade de conhecer a Tânia Ferreira, directora editorial e a Mabília Martins, directora de produção, ambas super simpáticas e excelente companhia, contando ainda com a presença de muitas pessoas que conheço ligadas ao meio musical, comércio de instrumentos e também alguns músicos jornalistas da revista. Mas aqui tenho que realçar a presença de um velho amigo e companheiro destas lides do rock em Portugal, o meu caro amigo Sérgio Castro guitarrista e vocalista dos Trabalhadores do Comércio, mas que eu conheci ainda nos tempos de uma outra grande banda nacional que foram os Arte & Ofício. Devo dizer-vos que a seguir ao almoço as nossas anfitriãs, que não se pouparam a esforços para que nada nos faltasse, eu e o Sérgio Castro fomos até à redacção e num convívio mais intimista falámos da revista em que estive de corpo e alma até ao fim, a Promúsica. Mas a conversa animou quando eu e o Sérgio começámos a recordar histórias e episódios de mais de vinte anos de rock e muita poeira de estrada que calcorreámos em percursos que se cruzaram algumas vezes. Creio que ainda agora lá estaríamos a conversar se não tivessemos que ir às nossas vidas, tanto mais que o Sérgio ainda tinha que viajar para Vigo onde reside.
Curiosamente e por motivos que não vou referir aqui, um dia de manhã recebo um telefonema de uma pessoa conhecida a lembrar-me que os Scorpions estavam cá e que nesse dia, creio que 19 de Novembro, iam actuar na Gala do Casino Estoril. Eu perdi o contacto com os Scorpions em 2000 pela altura da gravação do DVD ao vivo no Convento do Beato. Mudei de casa e de telemóvel entretanto e várias outras coisas aconteceram e o contacto perdeu-se. Por causa dessa pessoa amiga que é fã dos Scorpions e gostava de ter um CD autografado deles,resolvi estabelecer vários contactos para chegar até eles. Apesar dos meus contactos serem bastante influentes o em cima da hora era um entrave. Mas como se tratava de uma Gala do Casino e conhecedor de como estas coisas se organizam não me foi difícil adivinhar onde se encontravam hospedados, o Hotel Mirage, em Cascais e pertença do grupo Estoril Sol. Liguei para lá identifiquei-me e pedi para me ligarem ao Matthias Jabbs um dos guitarristas da banda e aquele com quem tenho maior afinidade para além de uma grande amizade. É óbvio que me passaram ao Manager e este depois de eu dar o meu nome contactou o Matthias. Encontrámo-nos com verdadeiro prazer e fiquei a saber que ele já procurara a várias pessoas que me conheciam se sabiam do meu contacto. Estivemos longo tempo em amena cavaqueira e ele logo ali me perguntou se eu ia ver o show, ao que eu respondi que não tinha tido tempo de estabelecer o contacto para o efeito, mas num ápice eu e o fotógrafo que estava comigo, fomos convidados VIP para o excelente jantar servido na gala que teve lugar no salão Preto e Prata do casino, um jantar divino diga-se de passagem, mas que não poderia ter melhor sobremesa do que o fantástico concerto acústico que os Scorpions deram. Tudo isto foi sem dúvida um excelente momento que nunca mais vou esquecer.






Mas o mais importante é que desde então o meu contacto com o Matthias tem sido constante e existem algumas ideias interessantes que podem resultar em projectos comuns, mas isso será algo para falar mais para a frente depois de eu voltar de Frankfurt da feira da música que acontecerá em Abril e na qual o Matthias irá revelar algumas novidades à imprensa e ao mercado internacional. Neste momento os Scorpions estão em estúdio a gravar um disco que acreditem será uma surpresa pelo que me foi revelado.
Mais recentemente conheci um guitarrista com alguma projecção e que tem um estúdio em Aveiro. A partir de uma agradável conversa e guitarradas fiquei a saber dos muitos projectos interessantes que pelo dito estúdio têm passado, sem que alguém tenha conhecimento disso. É evidente que se falou de uma visita ao estúdio uma entrevista, fotos e informação para uma revista da especialidade a Produção Áudio Música. Para mim será mais um prazer. Fora isso o retomar do contacto com algumas pessoas que deixei um pouco à margem durante este tempo, trouxe-me à memória alguns projectos que ficaram em banho-maria, um deles o finalizar de um disco que iniciei com o meu amigo, excelente e talentoso músico e produtor Álvaro M Rocha. Na verdade já temos alguns temas gravados faz já muito tempo, mas acho que está na altura de acabar o que começámos só que incluirei alguns temas novos que tenho na ideia e que em breve os escreverei.
Tenho ainda um projecto que irá tomar forma e que envolve pessoas de que gosto e com quem pude contar sempre pois que em momento algum me abandonaram e compreenderam o meu devaneio, a minha ansiedade e total dedicação a algo que monopolizou a minha atenção. Mas eu saber que as tive e tenho comigo e que muito embora eu nem sempre lhes tenha dado ouvidos, faz-me sentir imensamente feliz. Não posso deixar de mencionar a minha melhor amiga Kuska com a sua paciência, carinho, compreensão e muita sensatez esteve sempre ao meu lado, a minha querida Cláudia que me escutou vezes sem conta e muito se preocupou comigo e que agora está sempre disponível para mim, a minha amiga Sttefie uma voz sensata e carinhosa sem deixar de ser objectiva. A lista continuaria longa e isto não era um post era um novo testamento. No global, por tudo o que já enumerei e por tudo o que ainda está para vir, meus amigos, na verdade posso dizer que sou um homem feliz e que é bom poder contar convosco. Um muito obrigado a todos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Assim parte uma alma...

Há muito que não vinha aqui e quero desde já agradecer a todos quantos por aqui passaram e deixaram o seu comentário e aos muitos que reclamaram a minha continuidade, infelizmente outras coisas de relevante importância requereram a minha atenção. Aqui fica no entanto o meu regresso, ainda que na minha alma subsista uma eterna tristeza.






(dedicado ao meu querido e amado Bahari o cão da minha vida)
Foi hoje dia 28-07-08 que levei o meu cão até à Universidade de Medicina Veterinária. Ele saiu do carro e ainda me puxou, quis fazer um último cocó, sem saber que era o último. A muito custo, quase que tive que o arrastar entrámos. Os médicos foram super simpáticos e atenderam-nos logo. Na minha mente bailavam vários pensamentos, via-me a acordar e a ir tomar o pequeno-almoço, a ir aos correios e voltar. Olhei para os meus dois cães, o Ikbal e o Bahari, dois filhos, dois pilares da minha vida. Sabia que um deles dentro em breve tinha que nos deixar mercê de um tumor maligno incurável e não operável. Os últimos dias tinham sido de grande sofrimento para todos nós, especialmente para ele. Peguei no Ikbal e levei-o à rua que ele tanto adora, demos um longo passeio enquanto a minha cabeça fervilhava de mil pensamentos e o meu coração se desfazia em pedaços de dor e agonia. O passeio terminou e quando entrei em casa o Bahari, não obstante o mal e o sofrimento aguentava-se estoicamente de pé há espera da vez dele ir à rua. Saímos, eu fui buscar o carro preparando-o para o transporte… sentia-me como a morte com a sua foice que vai buscar o condenado a atravessar o rio…
Aquela sala de espera cheia de cães pareceu-me a antecâmara de um qualquer quadro surreal. Fomos chamados e acompanhados até uma saleta onde deitámos o Bahari. Tive que assinar um termo de responsabilidade em como autorizava a eutanásia e doava o corpo para estudo. Enquanto isto o meu querido cão jazia numa marquesa onde o médico lhe rapava parte do pelo da pata direita para lhe introduzir um cateter com soro. Pensava que era um processo rápido, mas não é. Já a soro movemos o meu patudo para uma marquesa com rodas e fomos para uma sala sossegada. Ficámos ali eu sempre a acariciar o meu querido cão enquanto o soro lhe ia entrando na veia e ajudando a acalmar a dor, o meu patudo manteve-se sempre muito calmo. Dez minutos mais tarde o médico reapareceu e perguntou-me se era para avançar, eu disse que sim. A partir desse momento coloquei-me de cócoras em frente da marquesa os meus olhos nos olhos do meu amado cão, queria que ele lesse a minha alma e eu a dele, que quando partisse soubesse que eu ia com ele e que acontecesse o que acontecesse a gente se irá encontrar um dia destes, não foi um adeus, foi um até breve. O médico mostrou-me uma seringa e disse-me que era um sedativo para o adormecer para que ele não sofresse. Perguntou-me mais uma vez se era para continuar… eu confirmei com uma firmeza que resulta da impotência e do desespero. Pouco depois da injecção vi o meu amado patudo ir adormecendo lentamente em paz. O médico explicou que ele já estava a dormir pois era natural, e eu sei porque vi muitas vezes, que revirasse os olhos. Nessa altura o meu coração apertou-se mais, já chorara por várias vezes mas cerrei os dentes para não chorar em todo o processo não quis que o meu cão me visse chorar ele que foi sempre um cão forte que enfrentou tudo e que tinha uma enorme força de viver. O médico segurava agora a seringa fatal… perguntou-me se era para avançar, confirmei. Vi a seringa esvaziar-se para dentro da veia do meu querido filho e soube que o primeiro passo estava dado. Não tardou que os pulmões parassem, segunda injecção, aquela que faria com que o coração parasse. Minutos depois estava tudo terminado, passei a minha mão por aquele corpo inerte, ainda estava quente, parecia mentira que já não voltasse a saltar ao meu redor nem a fazer aqueles gestos tão peculiares dele quando eu chegava. Naquele momento soube e senti que um dos pilares da minha vida acabara ali e que parte de mim foi com ele.


quinta-feira, 27 de março de 2008

Moloc, Um concerto, um momento, uma recordação

Caros amigos, no sentido de encerrar o capítulo de aniversário, criei este post onde insiro algumas das muitas fotos do evento, banda e músicos participantes, bem como algumas manipulações de fotos que fiz por saudável brincadeira. Mas não poderia terminar sem fazer referência ao facto de que a banda Moloc existiu desde 1992 até 1995 e que dos membros originais para este concerto só restaram o Bruno Vale (voz) e eu nas as guitarras. Todos os demais músicos foram por mim convidados por mérito próprio. Tivemos apenas 8 ensaios para preparar tudo, sendo que os convidados tiveram que aprender e praticar os temas e eu e o Bruno tivemos que os reaprender, pois apesar da maior parte das composições serem totalmente minhas, algumas há que tiveram letras e ideias do Bruno por isso são tanto dele como minhas. Muitas mais ficaram de fora mas era impossível preparar mais temas e seria uma seca tremenda para quem estava a assistir. Queria ainda deixar expresso que o que vêm e ouvem nos vídeos aqui colocados não é de todo representativo da qualidade e capacidade dos músicos, é sim o humanamente possível devido ao tempo de preparação disponível e ás condições técnicas. Muito embora surja sob a designação Moloc esta não é uma banda na verdadeira acepção do conceito é sim um grupo de amigos que se juntou para a celebração do meu aniversário e foi com esse propósito que isto aconteceu. É possível, tendo em conta o prazer que este projecto nos deu, que os Moloc ressuscitem em breve, não sei se com todos este elementos ou outros, há vontade, desejo e empenho para que as coisas avancem, mas existem também obstáculos a contornar.div>

Na certeza porém de que algo irá acontecer nos próximos tempos e eu aqui reportarei as novidades. Deixo mais uma vez os meus agradecimentos aos músicos, técnicos e patrocinadores bem como aos presentes e a todos aqueles que nos apoiaram com as suas palavras e mensagens.
Fica aqui mais um vídeo em que destaco o feeling e a força da nossa baixista de serviço, a Sara Cardoso, vale a pena ver. Sara és a maior!

A todos os meus sinceros parabéns. Nos 50 vou alugar o pavilhão Atlântico he he he!

ADENDA Por justa reclamação da baterista de serviço, a Ana Costa, fiz e junto mais uma foto trabalhada dela com a sua bateria...

Deixo-vos mais este video com a qualidade possível mas com todo o empenho de um grupo de músicos e amigos.