Um dia, estávamos em 1998, eu e a Kuska ainda vivíamos juntos, resolvi procurar no jornal Ocasião por galgos afegãos para venda. Imaginem que estavam anunciadas duas ninhadas, uma em Peniche e outra no Cartaxo. Destino? Talvez seja. A verdade é que fomos até Peniche para ver os meninos e meninas e por lá ficámos, já nem fomos ao Cartaxo cujo criador era cunhado daquele onde fomos primeiro. A Kuska teve um galgo afegão durante 13 anos, foi ele o primeiro da eu vi raça pela qual me apaixonei.
Depois de brincarmos com os pequenos resolvemos ficar com um e aí tudo se complicou: o Kadja, o cão que a Kuska tivera, era preto e ela, que ainda se não recompusera da perda havia dois anos, queria um cão da mesma cor porque lhe lembrava o que perdera. Eu, sempre apaixonado pelo branco queria um esse. Optámos por encontrar um consenso e veio um malhado de creme e castanho (puro engano, saiu dourado), o Ikbal. Confesso que à data não percebia nada de afegãos, mas aprendi depressa. Depois de escolhido voltámos para casa com a firme intenção de preparar tudo para a vinda do filhote, mas entretanto fomos passando a palavra aos nossos amigos que acabaram por ficar com alguns também e levaram-nos de imediato, logo pegámos no nosso também.
Trouxemos o Ikbal que era uma fera he he he, muito activo, ansioso e sempre pronto para fazer das dele. Acreditem ou não atacava a pobre da Kuska mal ela chegava do trabalho, não para fazer mal, mas na sua alegria até aleijava. Eu já nem sabia o que fazer.
Algum tempo depois conhecemos a Patrenella Ryllat uma senhora inglesa de 75 anos que criou galgos durante 40. Graças a ela aprendi em curto espaço de tempo o que não aprenderia em anos de estudo: cores, cruzamentos, genética, comportamento e milhares de coisas mais. Foi ela também que me aconselhou os livros que ainda guardo religiosamente e alguns dos utensílios muito úteis para cuidar do pelo.
Um mês depois de termos o Kibito, estávamos num show na Base Aérea de Sintra, o criador tinha ainda para vender dois cachorros, um cão e uma cadela. A Kuska à conversa com um médico que surgira por ali convenceu-o a ficar com um, ele optou pela menina, sobrava um cachorrão preto e prata o nosso Bahari. Eu olhei para ele e disse para a Kuska: “Olha, quem cuida de um cuida de dois este vai connosco”. Claro que ela não achou grande piada conhecedora da trabalheira que um galgo dá, ainda me disse que era à experiência por uma semana. Esta experiência já dura há nove anos he he he.
Pessoalmente acho que foi das melhores decisões que tomámos. Apesar de nos metermos em mais trabalhos pois fizemos imensos shows com eles em Juniores e foi uma canseira não obstante as classificações de excelente que sempre tiveram ambos ficando ora em primeiro ora em segundo lugar.
Apesar de separados e por opção sua a Kuska pediu-me se eu não me importava de deixar os patudões viverem com ela pois sentia-se muito só sem eles, por isso temos uma custódia partilhada na medida do possível e não deixamos que nada falte aos nossos meninos. Existe um elo muito forte de amizade, carinho, ternura e respeito entre eu e ela, mas esse elo é sem dúvida reforçado pelos nossos meninos que enriqueceram as nossas vidas e nos trouxeram um sem número de mais valias.
O tempo passou tão depressa que ainda nos parece um sonho… nove anos… alegrias, sustos, algum sofrimento também nas horas menos boas, mas a verdade é que o tempo passou depressa demais. Hoje já se nota que estão velhotes apesar de ainda brincarem. O Ikbal desenvolveu epilepsia e juro que assistir a um ataque é de uma angústia tremenda, mas este cão é especial, os seus olhos chegam-nos ao fundo da alma e é doce como nada do que conheço ou conheci até hoje, ele é mesmo telepata. O Bahari também é doce mas é mais cão. O Ikbal é uma pessoa na pele de um cão e está tudo dito. Espero que ainda vivam muitos anos em forma, mas sinto o tempo a fugir e nós impossibilitados para o agarrar.
Depois de brincarmos com os pequenos resolvemos ficar com um e aí tudo se complicou: o Kadja, o cão que a Kuska tivera, era preto e ela, que ainda se não recompusera da perda havia dois anos, queria um cão da mesma cor porque lhe lembrava o que perdera. Eu, sempre apaixonado pelo branco queria um esse. Optámos por encontrar um consenso e veio um malhado de creme e castanho (puro engano, saiu dourado), o Ikbal. Confesso que à data não percebia nada de afegãos, mas aprendi depressa. Depois de escolhido voltámos para casa com a firme intenção de preparar tudo para a vinda do filhote, mas entretanto fomos passando a palavra aos nossos amigos que acabaram por ficar com alguns também e levaram-nos de imediato, logo pegámos no nosso também.
Trouxemos o Ikbal que era uma fera he he he, muito activo, ansioso e sempre pronto para fazer das dele. Acreditem ou não atacava a pobre da Kuska mal ela chegava do trabalho, não para fazer mal, mas na sua alegria até aleijava. Eu já nem sabia o que fazer.
Algum tempo depois conhecemos a Patrenella Ryllat uma senhora inglesa de 75 anos que criou galgos durante 40. Graças a ela aprendi em curto espaço de tempo o que não aprenderia em anos de estudo: cores, cruzamentos, genética, comportamento e milhares de coisas mais. Foi ela também que me aconselhou os livros que ainda guardo religiosamente e alguns dos utensílios muito úteis para cuidar do pelo.
Um mês depois de termos o Kibito, estávamos num show na Base Aérea de Sintra, o criador tinha ainda para vender dois cachorros, um cão e uma cadela. A Kuska à conversa com um médico que surgira por ali convenceu-o a ficar com um, ele optou pela menina, sobrava um cachorrão preto e prata o nosso Bahari. Eu olhei para ele e disse para a Kuska: “Olha, quem cuida de um cuida de dois este vai connosco”. Claro que ela não achou grande piada conhecedora da trabalheira que um galgo dá, ainda me disse que era à experiência por uma semana. Esta experiência já dura há nove anos he he he.
Pessoalmente acho que foi das melhores decisões que tomámos. Apesar de nos metermos em mais trabalhos pois fizemos imensos shows com eles em Juniores e foi uma canseira não obstante as classificações de excelente que sempre tiveram ambos ficando ora em primeiro ora em segundo lugar.
Apesar de separados e por opção sua a Kuska pediu-me se eu não me importava de deixar os patudões viverem com ela pois sentia-se muito só sem eles, por isso temos uma custódia partilhada na medida do possível e não deixamos que nada falte aos nossos meninos. Existe um elo muito forte de amizade, carinho, ternura e respeito entre eu e ela, mas esse elo é sem dúvida reforçado pelos nossos meninos que enriqueceram as nossas vidas e nos trouxeram um sem número de mais valias.
O tempo passou tão depressa que ainda nos parece um sonho… nove anos… alegrias, sustos, algum sofrimento também nas horas menos boas, mas a verdade é que o tempo passou depressa demais. Hoje já se nota que estão velhotes apesar de ainda brincarem. O Ikbal desenvolveu epilepsia e juro que assistir a um ataque é de uma angústia tremenda, mas este cão é especial, os seus olhos chegam-nos ao fundo da alma e é doce como nada do que conheço ou conheci até hoje, ele é mesmo telepata. O Bahari também é doce mas é mais cão. O Ikbal é uma pessoa na pele de um cão e está tudo dito. Espero que ainda vivam muitos anos em forma, mas sinto o tempo a fugir e nós impossibilitados para o agarrar.