terça-feira, 28 de agosto de 2007

Um dia de rápidos anos...

Um dia, estávamos em 1998, eu e a Kuska ainda vivíamos juntos, resolvi procurar no jornal Ocasião por galgos afegãos para venda. Imaginem que estavam anunciadas duas ninhadas, uma em Peniche e outra no Cartaxo. Destino? Talvez seja. A verdade é que fomos até Peniche para ver os meninos e meninas e por lá ficámos, já nem fomos ao Cartaxo cujo criador era cunhado daquele onde fomos primeiro. A Kuska teve um galgo afegão durante 13 anos, foi ele o primeiro da eu vi raça pela qual me apaixonei.
Depois de brincarmos com os pequenos resolvemos ficar com um e aí tudo se complicou: o Kadja, o cão que a Kuska tivera, era preto e ela, que ainda se não recompusera da perda havia dois anos, queria um cão da mesma cor porque lhe lembrava o que perdera. Eu, sempre apaixonado pelo branco queria um esse. Optámos por encontrar um consenso e veio um malhado de creme e castanho (puro engano, saiu dourado), o Ikbal. Confesso que à data não percebia nada de afegãos, mas aprendi depressa. Depois de escolhido voltámos para casa com a firme intenção de preparar tudo para a vinda do filhote, mas entretanto fomos passando a palavra aos nossos amigos que acabaram por ficar com alguns também e levaram-nos de imediato, logo pegámos no nosso também.
Trouxemos o Ikbal que era uma fera he he he, muito activo, ansioso e sempre pronto para fazer das dele. Acreditem ou não atacava a pobre da Kuska mal ela chegava do trabalho, não para fazer mal, mas na sua alegria até aleijava. Eu já nem sabia o que fazer.
Algum tempo depois conhecemos a Patrenella Ryllat uma senhora inglesa de 75 anos que criou galgos durante 40. Graças a ela aprendi em curto espaço de tempo o que não aprenderia em anos de estudo: cores, cruzamentos, genética, comportamento e milhares de coisas mais. Foi ela também que me aconselhou os livros que ainda guardo religiosamente e alguns dos utensílios muito úteis para cuidar do pelo.
Um mês depois de termos o Kibito, estávamos num show na Base Aérea de Sintra, o criador tinha ainda para vender dois cachorros, um cão e uma cadela. A Kuska à conversa com um médico que surgira por ali convenceu-o a ficar com um, ele optou pela menina, sobrava um cachorrão preto e prata o nosso Bahari. Eu olhei para ele e disse para a Kuska: “Olha, quem cuida de um cuida de dois este vai connosco”. Claro que ela não achou grande piada conhecedora da trabalheira que um galgo dá, ainda me disse que era à experiência por uma semana. Esta experiência já dura há nove anos he he he.
Pessoalmente acho que foi das melhores decisões que tomámos. Apesar de nos metermos em mais trabalhos pois fizemos imensos shows com eles em Juniores e foi uma canseira não obstante as classificações de excelente que sempre tiveram ambos ficando ora em primeiro ora em segundo lugar.
Apesar de separados e por opção sua a Kuska pediu-me se eu não me importava de deixar os patudões viverem com ela pois sentia-se muito só sem eles, por isso temos uma custódia partilhada na medida do possível e não deixamos que nada falte aos nossos meninos. Existe um elo muito forte de amizade, carinho, ternura e respeito entre eu e ela, mas esse elo é sem dúvida reforçado pelos nossos meninos que enriqueceram as nossas vidas e nos trouxeram um sem número de mais valias.
O tempo passou tão depressa que ainda nos parece um sonho… nove anos… alegrias, sustos, algum sofrimento também nas horas menos boas, mas a verdade é que o tempo passou depressa demais. Hoje já se nota que estão velhotes apesar de ainda brincarem. O Ikbal desenvolveu epilepsia e juro que assistir a um ataque é de uma angústia tremenda, mas este cão é especial, os seus olhos chegam-nos ao fundo da alma e é doce como nada do que conheço ou conheci até hoje, ele é mesmo telepata. O Bahari também é doce mas é mais cão. O Ikbal é uma pessoa na pele de um cão e está tudo dito. Espero que ainda vivam muitos anos em forma, mas sinto o tempo a fugir e nós impossibilitados para o agarrar.

sábado, 25 de agosto de 2007

O elogio de um jantar bem passado

Tendo em conta que adormeci tarde ontem e levantei-me hoje muito cedo, não estou propriamente nas melhores condições para escrever um post, mas há coisas que é bom escrever enquanto ainda as estamos a viver ou a digerir pois o que sentimos nesses momentos dificilmente se consegue transmitir depois. Ontem, sexta-feira 24, teve lugar um jantar de bloggers, iniciativa da Anokas http://www.ocantinhodaanokas.blogspot.com/. Para mim foi a primeira vez, mas para a maioria dos presentes foi mais um bom convívio uma vez que já se conheciam.
O jantar decorreu no restaurante “31 da Armada” que se revelou uma boa escolha pois é espaçoso e isso permitiu-nos cirandar de uma ponta da mesa para a outra e conviver com praticamente todos os presentes. Curiosamente um dos bloggers era nem mais nem menos que um amigo e ex-colega de trabalho com quem eu perdera o contacto em 2002 e que reencontrei. Por disposição natural fiquei sentado junto da Black Cat e do Morsa e estabelecemos uma interminável conversa que abordou assuntos interessantes e diversificados, mais tarde já na secção da mesa da Actriz Principal acabámos, por portas e travessas, numa sessão de quiromancia light.

Após o jantar efectuámos um pequeno passeio pelo ameno da noite na direcção de Santos, acabando por entrar num bar só para fazer um pouco de tempo pois que o nosso objectivo era outro. A esta altura já estávamos reduzidos a 16 dos 23 que inicialmente participaram do jantar. Dali seguimos para o Plateau onde permaneci algum tempo, acabando por me vir embora e deixando lá o resto do grupo que diga-se, continuava bastante animado.
Hoje verifico que a vida recatada e sedentária que tenho levado nos últimos dois anos não é de modo algum cartão de recomendação para andar a pé, dançar ou deitar tarde, chama-se a isto falta de treinos. É engraçado que quem, como eu viveu a noite e os abusos vários de uma vida artística, lhe custe hoje fazer uma noitadita. Pois é, a ginástica não faz mal a ninguém, tenho que ver se me lembro disso de hoje em diante.

Uma nota curiosa para dizer que por vezes achamos que conhecemos um pouco sobre aqueles cujos textos lemos nos respectivos blogs, mas depois da experiência de ontem fiquei com a sensação que a pessoa suplanta a sua escrita pela positiva e sem qualquer critica negativa. O que acontece é que cada pessoa é um tão maravilhoso pequeno universo que seria impossível passar tudo isso para o que escrevemos.
Adorei o jantar, os momentos e essencialmente as pessoas com quem compartilhei um bom pedaço da noite. Espero outros encontros sucedam a este e a todos os que não foram no próximo não faltem, vão ver que vale a pena.
Lamento não ter fotos para mostrar mas entreguei a camera à Anokas e ela só tirou uma foto com 3 das pessoas das muitas presentes.



Adenda

Arranjei uma foto do grupo, mesmo quando este já não se encontrava todo presente mas é melhor do que nada. Não vou dizer quem é quem mas se quiserem conhecer o grupo participem num próximo jantar, acreditem que vale a pena.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Um palco, estou em casa!

Através de algumas conversas fui-me apercebendo que a maioria das pessoas tem uma noção errada sobre a vida dos músicos. Para muitos a vida de um músico é um mar de divertimento, noitadas, mulheres, álcool e em certos casos drogas. Mas a verdade é que este cenário, pelo menos para a maioria dos músicos não existe. As coisas processam-se de forma diferente e a realidade é muito mais crua do que o simples dourar da pílula. Vejamos a título de exemplo um simples concerto.
Para muitas pessoas um concerto resume-se a 50 ou 60 minutos de música, um palco iluminado e uma banda a tocar. Na verdade para quem foi assistir ao evento esta imagem é real, mas não o é para os músicos nem para todas as pessoas envolvidas na organização do espectáculo. Mas fiquemos só pelos músicos…
Dispensando factores como composição, arranjos e gravação das músicas, vou apenas referir o que acontece no tempo que antecede um espectáculo. Cada músico tem o seu processo, mas existem procedimentos comuns a todas as bandas.

Regra geral uma banda ensaia com regularidade, mas com um concerto marcado tais ensaios intensificam-se. É elaborado um alinhamento (as canções que vão ser tocadas) e por vezes um alternativo caso o público não reaja muito bem ao inicial. Após definir as canções e qual a ordem porque serão apresentadas começam os ensaios seguindo o esquema do alinhamento. Nos muitos grupos em que participei os alinhamentos reflectiam a seguinte ordem: iniciava-se com temas fortes para aquecer o público, seguiam-se alguns temas mais calmos e as baladas e arrancava-se para o expoente máximo que eram os temas mais conhecidos e que punham toda a gente ao rubro. Em suma este é o trabalho de banda durante algumas semanas que antecedem o espectáculo.
O processo que descrevo em seguida é individual variando de músico para músico. Optei por descrever o meu que é o que melhor conheço e porque não quero ferir susceptibilidades de ninguém. Prezo-me de ser um profissional em tudo o que faço e odeio a negligência ou qualquer aspecto que coloque em perigo o desempenho. No fundo quero tentar, através de mim descrever e transmitir o mais fielmente possível o ambiente que se vive no anteceder de um espectáculo.
Quando uma banda se reúne para ensaiar já é uma festa, mas quando o faz porque tem um concerto marcado para breve mistura-se o ambiente festivo com a ansiedade e a incerteza. Dizem-se disparates, tenta-se adivinhar como vai ser e atiram-se palpites sobre os muitos “ses” que nos ocorrem. O espectáculo próximo está presente em todas as conversas e todo os nossos amigos são convidados a estar presentes. O meu processo começa aqui.
O último ensaio terminou e daqui a dois dias terá lugar o espectáculo. Começo por seleccionar o material que vou usar no evento: guitarras, amplificador, emissor e receptor, cabos, pedais, palhetas, etc.
Todo o material seleccionado é minuciosamente inspeccionado e preparado para que não falhe a não ser por uma grande falta de sorte; uma avaria. Regra geral uso sempre duas guitarras no palco, uma que estou a tocar e outra num stand pronta para o que der e vier, mas posso ter mais duas de reserva na boca do mesmo igualmente prontas para utilizar. Todas as minhas guitarras possuem som e potência idênticos em termos de captadores por isso qualquer mudança de instrumento não afecta o som geral previamente delineado, já perceberão mais à frente o que quero dizer. Nas guitarras basicamente mudam-se as cordas, calibram-se e afinam-se, depois é só verificar a parte electrónica passar spray de contactos para tirar ruídos parasitas e está feito. Nos cabos convém verificar se as pontas estão boas e se não existem soldaduras partidas nada mais. No caso dos pedais e emissores temos que verificar as pilhas, algo que a maior parte dos músicos esquece até ao dia do concerto. Na parte dos amplificadores, os que são de válvulas, como é o meu caso, temos que nos assegurar de que as mesmas estão em perfeitas condições de utilização caso contrário substituir. O meu Hughes & Kettner Triamp usa cerca de 13 válvulas por isso, para além de verificar tenho sempre um conjunto de reserva não vá o Diabo tecê-las.
Depois do material escolho a roupa e acessórios que utilizarei, o visual é tão importante quanto o material, a minha identidade é algo sagrado (manias de músico). Depois de tudo organizado só volto a mexer-lhe no dia do evento.
O grande dia chegou. Regra geral os concertos ou são ao fim da tarde ou de noite e é vulgar chegarmos cedo ao local. Nesse dia a ansiedade entre os músicos é grande, mas também a animação. Horas antes do espectáculo subimos ao palco para montar o nosso material se não tivermos roadies ou para verificar o mesmo. Regra geral o teste de som (soundecheck) começa pelo baterista, mas este é sempre o último a acabar de montar o material.
Em primeiro lugar é afinado o som de palco. Cada músico possui um ou mais monitores de referência por onde ouve o som global do grupo, a isso chama-se som de palco. É um processo demorado. Depois disso o técnico de som de frente começa a afinar o PA (Public Adress) que é o som que o público vai ouvir, após estas afinações os músicos não devem alterar nem equipamento nem equalizações (alterar o som definido). Todo este processo demora uma tarde inteira muitas das vezes. Completados estes procedimentos e depois de tudo afinado, o tempo que medeia entre o término destas operações e a hora do espectáculo é usado para relaxar e comer uma boa refeição recheada com bom vinho ou cerveja, ansiedade, alegria e muito humor.
Falta uma hora para subir ao palco. Estamos no camarim a prepararmo-nos. A adrenalina está a subir em flecha, muita ansiedade, algum nervosismo até. Falamos uns com os outros tentando antecipar o que vai ser, dizendo que vai ser fácil, falamos desta ou daquela vez em que aconteceu algo e safámo-nos… falamos de tudo e de nada, mas o que queremos é que chegue a hora. Os minutos vão passando, agora mais lentamente e o nervosismo aumenta com a ansiedade à mistura. Faço aquecimento para os dedos, mentalmente revejo passagens mais complicadas desta ou daquela música enquanto participo nas brincadeiras do grupo. Falta meia hora… visto as roupas de guerra, aquelas que me tornam diferente do homem do dia a dia que sou, com aquelas roupas eu sou um dos heróis do palco, o rei do mundo de néon. Dez minutos… a adrenalina está no máximo, estamos nervosos, eufóricos, abraçamo-nos e murmuramos palavras de boa sorte - cinco minutos – um grito de guerra! Pegamos nas nossas coisas e encaminhamo-nos para o acesso ao palco. Os nervos é mais do que muito mas a adrenalina também, alguns começam a suar, outros sentem tremores, eu sinto um intenso formigueiro por todo o corpo, um calor imenso, uma ansiedade sem limites… o público grita de forma ensurdecedora, faço os primeiros acordes, o som entra-me pela alma a dentro, todo eu sou música, momento, adrenalina… estou no palco meu Deus, estou em casa!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Nada mais belo que uma Chopper

Afinal o que é uma chopper?
A chopper nasce da remoção ou corte (chopping) de peças ou partes de uma mota que não afectam o seu normal funcionamento ou desempenho. Quem precisa de enormes guarda-lamas, guarda-ventos, várias luzes, barras anti-choque ou grandes assentos? Corta-se tudo isto, a mota fica mais leve e emagrece consideravelmente. Juntando a isto alonga-se o garfo na frente e aumenta-se os amortecedores para que a roda se afaste do chassis. Uma roda mais fina na frente e uma mais grossa atrás, guiador acrescentado, projectando-se para cima e oferecendo uma visão mais equilibrada em relação com a posição do condutor.
Na sua busca por uma máquina mais leve, muitos bikers vão ao extremo de substituir a bateria por magnetos no intuito de retirar um ou mais quilos da mota.
Entre as principais alterações contam-se o depósito de combustível – fica mais pequeno e mais estreito – o farol principal e os piscas são substituídos por unidades mais pequenas. Tudo o que é supérfluo é retirado ou substituído. Estas alterações dão origem a um estilo único de mota concebido à medida, gosto e posses do utilizador.


A história das choppers começa com o regresso aos Estados Unidos dos soldados que combateram na Europa durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Na época os maiores fabricantes de motas do continente americano era a Harley-Davidson e a Indian, ambos produzindo motas de grande porte, pesadas e robustas em oposição aos modelos dos fabricantes Europeus que tinham modelos mais leves, menos grandes e de fácil condução, mais divertidos até, modelos esses que foram conduzidos pelos soldados americanos.

As motas sempre foram uma paixão da juventude e estes ex-soldados quando se reuniam comentavam bastante as motas europeias por oposição aos modelos americanos. A verdade é que nenhum fabricante dos Estados Unidos se mostrou interessado nestas ideias um tanto ou quanto revolucionárias para a época.
Uma vez que as fábricas os ignoravam, alguns Bikers (termo surgido na altura) optaram por fazer eles as alterações necessárias nas suas motos. Começaram por cortar (Chop) parte daquilo que consideravam desnecessário, os guarda-lamas, por exemplo, outras partes eram encurtadas (bobbing) e gradualmente obtiveram os resultados que pretendiam dentro do que era possível na altura. A estas motas atribuiu-se o nome de “Bobbers”.
Até à década de sessenta já próximo dos anos setenta as “Bobbers” foram rainhas, o processo de personalização evoluiu bastante e gradualmente passam a designar-se as motas personalizadas de “Choppers”. O grande salto destes modelos para os olhos do mundo dá-se quando em 1969 quando o filme Easy Rider com Peter Fonda e Dennis Hooper se transforma num sucesso de bilheteira e filme de culto de uma juventude irreverente. Não tardou que jovens em todo o mundo corressem para comprar motas iguais às que aparecem no filme. O problema é que os grandes fabricantes não as produziam. Graças a esta imensa procura não demorou muito que alguns jovens montassem a sua própria oficina no quintal de suas casas e começassem a fabricar choppers. Já que não havia de fábrica eles iriam fazê-las. Em breve alguns destes mecânicos de quintal ganhavam notoriedade entre os adeptos das choppers e o que começou por uma paixão tornou-se um lucrativo negócio. Depois desta primeira vaga começaram a surgir os designers, estes não se limitavam a alterar uma moto, eles desenhavam a máquina de raiz. O cliente explicava o que tinha em mente e o designer complementava com os conhecimentos técnicos elaborando a moto. O resultado foi modelos cada vez mais complexos e mais personalizados. Arlen Ness foi um dos primeiros designers conhecidos e entrou para a história da Chopper.

A década de oitenta viu surgir muitas lojas especializadas e novos designers, mas existia um ponto inalterável neste produto: os motores. O motor de referência tem sido o Harley-Davidson e muitos construtores recusam-se a abdicar dele, mas como nem todos têm dinheiro para Harley qualquer motor de moto pode ser utilizado. Para os construtores e utilizadores de Choppers as marcas não têm grande significado ou relevância, o produto final é que conta. No entanto Harley é Harley e ponto final.

Na realidade tudo começou por jovens insatisfeitos com as suas motos, mas ao começarem a personalizar abriram as portas a uma indústria nova e também inovadora um vez que uma Chopper actualmente é construída de raiz inclusive os motores.
Os grandes fabricantes de motas a nível mundial oferecem produtos cada vez mais avançados em tecnologia e acessórios, as técnicas de construção e materiais evoluídos, plenos de sofisticação, mas para os amantes das Choppers o caminho é o minimalismo, a simplicidade que apenas uma Chopper oferece. Na verdade nenhuma mota se lhes compara.