domingo, 18 de março de 2007

O Galgo Afegão e eu




Sou um amante dos animais, todos em geral. Sou uma dessas pessoas que sente um aperto no coração quando vê uma animal vadio ou abandonado e choro quando vejo um morto na beira da estrada. Talvez seja lamechice minha ou excesso de sensibilidade, mas cada um é como é. Ao longo dos anos tive alguns cães quando jovem e depois mais nada pois a minha vida profissional não o permitia. Sem querer e pelo rumo da vida tornei-me uma pessoa um pouco mais insensível e materialista. Um dia, através de uma amiga minha conheci o galgo afegão, o Kadja, foi amor à primeira vista. Sendo uma pessoa bastante independente identifiquei-me de imediato com aquele cão, o mais gato que conheço. Admirei a sua independência, o seu ar aristocrático, a sua doçura, a sua elegância e aqueles olhos que penetram fundo, até ao mais profundo da nossa alma, são cães telepáticos e uma raça com mais de 5 mil anos que viveu no antigo Egipto e se espalhou pela India e Afeganistão. Em 1999 adquiri dois, um brindle, matizado de dourado, preto e branco, o Ikbal e o seu irmão preto e prata Bahari. São dois filhos que tenho, dois companheiros e dois amigos para a vida, sem ele sinto-me vazio. Eles trouxeram-me alegria, carinho incondicional e melhoraram o que de mim existe de melhor. Devolveram-me a sensibilidade e a vontade de amar. Curiosamente só me pedem em troca carinho, comida e abrigo, e claro um lugar bem confortável para se deitarem, tipo o melhor sofá da casa ou a minha cama. Graças a eles sou um ser humano melhor e por isso lhes agradeço. Hoje têm 9 anos, passou muito depressa, mas peço todos os dias que durem muito mais anos, pois sem eles o meu mundo ficará muito mais triste.